MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Em Roraima, plantio consorciado ajuda comunidades indígenas


Cultivo de espécies diferentes evita o desgaste do solo e gera renda.
Diversas famílias são beneficiadas com orientações da Embrapa.

Érico Veríssimo Do G1 RR

Plantio consorciado (Foto: Admar Alves/Embrapa)Plantio consorciado de dendê, mandioca e milho
(Foto: Admar Alves/Embrapa)
Pequenos agricultores de Roraima e produtores agrícolas em geral têm no plantio consorciado mais uma opção de diversificar o cultivo e aumentar a renda. A Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa) presta assistência e ajuda a desenvolver essa técnica, permitindo que culturas diferentes sejam plantadas e trabalhadas em uma mesma área.
O interesse econômico também deve ser levado em conta quando o assunto é plantio consorciado. No estado, o trabalho da Embrapa ajuda comunidades indígenas que aprenderam a variar as espécies plantadas em um mesmo terreno, o que gera mais renda e evita o desgaste do solo causado por apenas uma cultura ou pela falta de uso por longo período.
Em Roraima, os consórcios mais comuns são o de gramíneas com fruteiras. Os agricultores costumam plantar juntos mandioca, milho e feijão. Embora as culturas estejam em uma mesma área, há fases apropriadas para o plantio. "No início do período chuvoso, que ocorre entre os meses de maio e junho, planta-se  mandioca e milho e, a partir de agosto, dá-se início à plantação do feijão, mas todos em um mesmo terreno", explicou Admar Bezerra Alves, engenheiro agrônomo da Embrapa.
Para ele, os arranjos de culturas diferentes tendem a melhorar o solo. "O cultivo 'solteiro', ou seja, a monocultura, pode empobrecer o terreno.  A Embrapa sempre trabalhou com essa tecnologia que podemos considerar 'antiga', pois já é usada há muito tempo por pequenos agricultores da região Nordeste. Aqui no Norte, pelo fato de muitos agricultores terem origem nordestina, eles usam a técnica com o propósito de ocupar melhor os espaços", afirmou.
Comunidades indígenas
Não existe regra definida para o plantio consorciado, apenas orientações ao produtor para que sejam adotados critérios para o sucesso do consórcio. "Recomendamos essa técnica para que seja feita a rotação de culturas, a fim de ajudar na recuperação do solo e melhor aproveitamento para o plantio de outras culturas", considerou Alves.
Um dos projetos da Embrapa é a Valorização da Agricultura Indígena (VAI), aplicado em cinco comunidades indígenas. Segundo Alves, os índios são bem receptivos às inovações para melhorar o plantio e o aproveitamento do solo. Há, ainda, os trabalhos feitos de maneira indireta com aproximadamente 60 produtores no sul de Roraima vinculados a associações e cooperativas.
"Nesse caso, o nosso contato é feito diretamente com três agricultores, que se tornam 'multiplicadores' para os demais, levando adiante a técnica de plantio consorciado", concluiu.

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