MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 14 de maio de 2013

Descendentes de escravos do ES mantêm tradição culinária


Iguaria é preparada com a massa da mandioca ou com o polvilho.
Cultura foi adquirida com indígenas e passada para negros.

Do G1 ES

Tradicionais desde a época dos escravos, as casas de farinha de São Mateus, no Norte do Espírito Santo, continuam sendo a principal fonte de renda dos descendentes de negros. Nesta segunda-feira (13) foi celebrado o Dia Nacional de Luta contra o Racismo. Na cidade, dezenas de famílias mantêm o ofício herdado dos antepassados, que eram trazidos principalmente de Angola e da Guiné para trabalhar nas lavouras e produzir farinha de mandioca. Atualmente, os negros encontraram outra riqueza proveniente da raiz: o beiju.
Os escravos negros adquiriram a cultura dos indígenas e aperfeiçoaram até chegar ao produto. No início, o beiju era feito apenas da massa da mandioca ou do polvilho extraído da raiz, com um pouco de sal ou açúcar. Depois disso, ganhou o acréscimo do coco ralado e hoje em dia já recebe vários sabores.
O agricultor Domingos da Penha é bisneto de escravos, trabalha com a família em uma casa de farinha e preserva a história de seu povo. "Alguns têm vergonha de dizer que são descendentes de escravos, mas a gente não. A gente permanece com a história e tenta preservar essa nossa herança que nos deixaram", falou.
Segundo a agricultora Aurélia Costa da Silva, a tradição passou por várias gerações. "Minha bisavó, que era escrava, passou para a minha avó, e minha avó passou para a minha mãe. Eu tenho orgulho. Através dessa cultura eu criei cinco filhos e mantenho a tradição da farinha, do beiju", afirmou.
A filha de Aurélia disse ter orgulho da história e pretende mantê-la. "A minha vontade é passar isso para os meus filhos. A gente tem esse prazer, esse orgulho de mostrar isso para as pessoas e isso não fica só na nossa consciência, no nosso convívio. Isso é mo,tivo de muito orgulho", disse.

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