Após 1 ano de promessa, governo do RJ indenizará torturados na ditadura

QUANTO RECEBERÃO OS SEQUESTRADOS E AS FAMILIAS DOS ASSASSINADOS PELOS GRUPOS TERRORISTAS DA ÉPOCA DA DITADURA ?

Presidente Dilma Rousseff está entre os que receberão pagamento

Em 2012, ela disse que doaria a quantia de R$ 20 mil ao 'Tortura Nunca Mais'.

Isabela Marinho Do G1 Rio

A presidente Dilma Rousseff durante instalação
da Comissão da Verdade (Foto: Roberto Stuckert
Filho / Presidência)

O governo do Rio de Janeiro pagará até sexta-feira (10) indenização a 170 pessoas torturadas no estado durante a ditadura militar, entre elas a presidente Dilma Rousseff. O pagamento foi anunciado em maio de 2012, com a promessa de ser feito em junho do mesmo ano. Com quase um ano de atraso, a Secretaria estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, afirmou que R$ 3,4 milhões foram liberados para esta finalidade. Cada um receberá o valor fixo de R$ 20 mil.
"Assumi a secretaria em dezembro  e não tenho condições de falar da gestão passada. Mas agora o governador conseguiu um superávit financeiro e o pagamento será feito", disse Zaqueu Teixeira, secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos.
Wadih Damous, que assumirá a presidência da Comissão da Verdade na quarta-feira (8), disse que os torturados pediram apoio do grupo para que os processos já deferidos pela Comissão de Reparação do Rio fossem atendidos.
"O governador [Sérgio Cabral] se sensibilizou. Considero um fato muito positivo que essas reparações voltem a ser feitas", disse Damous.

A presidente receberá indenização do governo do Rio de Janeiro por ter sido interrogada e torturada no estado durante a ditadura militar. Em 18 de maio de 2012, o porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann, informou que a presidente doará o valor para o Grupo Tortura Nunca Mais.
Grupo Tortura Nunca Mais
O Grupo Tortura Nunca Mais, que receberá o valor segundo a Presidência, foi fundado em 1985 por iniciativa de ex-presos políticos que passaram por tortura durante o regime militar e por familiares de mortos e desaparecidos políticos.
Em 16 de maio de 2012, Dilma deu posse aos sete membros que integrarão a Comissão da Verdade, criada para apurar violações aos direitos humanos cometidas entre 1946 e 1988, período que inclui a ditadura militar.
Na ocasião, a presidente afirmou que a instalação do colegiado não foi motivada por "ódio", "revanchismo" ou "desejo de reescrever a história".
“O Brasil merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade e, sobretudo, merecem a verdade factual aqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia", afirmou emocionada, antes interromper o discurso.