MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 18 de março de 2013

'Temos poucas informações sobre Vatileaks', diz cardeal

Agência EFE

  • Reuters
    Cardeal Cipriani afirmou que o Vaticano recebeu poucas informações sobre caso
Cidade do Vaticano - Os cardeais receberam "poucas" informações sobre o chamado Vatileaks, o escândalo em torno dos supostos casos de corrupção no Vaticano, durante as congregações preparatórias do conclave, afirmou neste domingo, 17, o cardeal de Lima, Juan Luis Cipriani. Em entrevista, Cipriani Thorne também ressaltou que o papa Francisco, o argentino Jorge Bergoglio, terá que impulsionar a reforma da cúria romana para torná-la "mais transparente, singela" e para que a mesma não sofra com a falta de êxito.
Perguntado se o Vatileaks poderia ter influenciado na escolha de um papa de fora da Europa, ou pelo menos da Itália, o cardeal de Lima assegurou que sim. "Eu acho que sim. Não sabemos muita coisa sobre o tema, mas a verdade é esta. Havia um clima de que essa situação não poderia ser repetida e, por isso, os que estavam mais próximos de uma maneira geral foram deixados de lado, mas sem nenhum tipo de acordo", afirmou Cipriani.
O cardeal peruano manifestou que durante essas reuniões prévias ao conclave os purpurados receberam "muito pouca" informação sobre o Vatileaks e, segundo ele, "porque pediram". "Sim, pedimos", acrescentou o cardeal ao afirmar que, ao renunciar a seu pontificado, Bento XVI reservou toda a informação sobre o caso ao novo papa - "que já recebeu", declarou.
Bento XVI criou uma comissão formada por três cardeais - o espanhol Julián Herranz, ex-presidente do Conselho Pontifício para os Textos Legislativos; o eslovaco Jozef Tomko, governador emérito da Congregação para a Evangelização dos Povos, e o italiano Salvatore De Giorgi, ex-arcebispo de Palermo -, para averiguar o vazamento e a publicação de documentos reservados do papa e do Vaticano.
Dentro do proposto, a comissão de cardeais interrogou cerca de 30 pessoas e toda a documentação acabou sendo entregue no último mês de dezembro a Bento XVI, que decidiu que a documentação passasse a seu sucessor.
Dessa maneira, segundo fontes vaticanas, a documentação não ficou arquivada, como costuma ocorrer em caso de morte ou renúncia de um papa, quando todo o material do pontificado fica arquivado para seu estudo e só acaba sendo publicado depois de anos.
O porta-voz vaticano, Federico Lombardi, não descartou que durante as congregações os três cardeais que realizaram o relatório pudessem informar sobre seu conteúdo aos demais, mas ressaltou: "Eles sabem em que medida poderão e deverão dar informações". Neste aspecto, Cipriani reconheceu que sabe "um pouquinho mais" sobre o Vatileaks do que aquilo que foi publicado na imprensa, "mas não o suficiente".
Em relação ao se papa Francisco deve realizar a reforma da cúria romana, no olho do furacão após a divulgação do Vatileaks, Cipriani afirmou que acredita que sim, "mas não com essa dimensão dramática que às vezes é relatada no jornal". "Francisco nos dará um sinal quando começar a escolher sua gente, seus colaboradores. Eu acho que é um clamor dos cardeais a necessidade de simplificar muitas coisas na cúria, seguindo rumo à transparência e aos fiéis", manifestou o Cipriani, que acrescentou que a luta é contra o "carreirismo".
Segundo o cardeal peruano, o tema do "carreirismo" foi muito analisado durante essas reuniões prévias ao conclave. Cipriani também garantiu que Francisco quer dar um impulso de entusiasmo na Igreja para acabar com o "pessimismo" que está instalado, sobretudo na Igreja da Europa.
Embora Francisco tenha 76 anos, Cipriani assegurou que o novo papa tem uma grande energia espiritual, uma potência interior muito forte para dirigir a Barca de Pedro. "Ele nos dará muitas surpresas agradáveis", finalizou o cardeal de Lima.

Nenhum comentário:

Postar um comentário