Tenho
51 anos. Nem tão antigo assim, mas ainda do tempo em que as palavras
faziam sentido. No post sobre a escolha do novo papa, afirmei que
votaria em Peter Turkson se cardeal fosse, não que ele será o ungido.
Acho que tudo converge mesmo para o nome de Angelo Scola, e a Igreja
Católica estará em boas mãos. É o candidato in pectore de Bento
XVI, o papa emérito, tem sólida formação teológica e mantém diálogo com
o Islã, o que é considerado positivo por muita gente. Nesse particular,
eis um dos pontos que determinariam o meu voto: prefiro Turkson, que
sabe que o diálogo só é possível até a página 30. Os crimes do Islã — ou
de quem fale em seu nome —, especialmente na África, têm é de ser
denunciados.
Leitores
afirmam que o catolicismo é mais perseguido hoje no Oriente Médio do que
na África. Depende do que se entende por isso. Em boa parte dos países
árabes e no Irã, os cristãos nem mesmo se manifestam, e o convertido
pode ser preso, processado e condenado à morte. É claro que existe uma
repressão violenta. Eu me referia, em especial, ao número de pessoas
perseguidas em razão da religião. Na África, comunidades inteiras estão
sendo dizimadas por milícias islâmicas. E isso não tem 1% do prestígio
noticioso das escaramuças entre palestinos e israelenses, por exemplo.
Um papa africano ajudaria ao menos a tirar da clandestinidade essas
ocorrências.
De resto, a
Igreja pode surpreender, como ocorreu com João Paulo II, o papa
polonês. Visto o passado à luz do que sabemos hoje, a escolha nos
afigura até óbvia. Mas foi uma surpresa e tanto em 1978, seja pela
origem do papa, seja pela idade — tinha, então, 58 anos — na verdade,
57. Há, sim, a possibilidade de a Igreja tem um papa que fala húngaro.
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