MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 4 de março de 2013

O novo papa e o sentido das palavras


Tenho 51 anos. Nem tão antigo assim, mas ainda do tempo em que as palavras faziam sentido. No post sobre a escolha do novo papa, afirmei que votaria em Peter Turkson se cardeal fosse, não que ele será o ungido. Acho que tudo converge mesmo para o nome de Angelo Scola, e a Igreja Católica estará em boas mãos. É o candidato in pectore de Bento XVI, o papa emérito, tem sólida formação teológica e mantém diálogo com o Islã, o que é considerado positivo por muita gente. Nesse particular, eis um dos pontos que determinariam o meu voto: prefiro Turkson, que sabe que o diálogo só é possível até a página 30. Os crimes do Islã — ou de quem fale em seu nome —, especialmente na África, têm é de ser denunciados.
Leitores afirmam que o catolicismo é mais perseguido hoje no Oriente Médio do que na África. Depende do que se entende por isso. Em boa parte dos países árabes e no Irã, os cristãos nem mesmo se manifestam, e o convertido pode ser preso, processado e condenado à morte. É claro que existe uma repressão violenta. Eu me referia, em especial, ao número de pessoas perseguidas em razão da religião. Na África, comunidades inteiras estão sendo dizimadas por milícias islâmicas. E isso não tem 1% do prestígio noticioso das escaramuças entre palestinos e israelenses, por exemplo. Um papa africano ajudaria ao menos a tirar da clandestinidade essas ocorrências.
De resto, a Igreja pode surpreender, como ocorreu com João Paulo II, o papa polonês. Visto o passado à luz do que sabemos hoje, a escolha nos afigura até óbvia. Mas foi uma surpresa e tanto em 1978, seja pela origem do papa, seja pela idade — tinha, então, 58 anos — na verdade, 57. Há, sim, a possibilidade de a Igreja tem um papa que fala húngaro.
Por Reinaldo Azevedo

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