MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 17 de março de 2013

Ex-funcionário da Fretax denuncia irregularidades na empresa


Na última quarta-feira, 13, um acidente aéreo provocou 10 mortes.
Empresa que fretou a aeronave teve as atividades suspensas pela Anac.

Do G1 PA

Um ex-funcionário da empresa de táxi-aéreo Fretax, em entrevista exclusiva à TV Liberal, denunciou uma série de irregularidades praticadas pela empresa, responsável pelo avião bimotor que caiu na noite da última terça-feira (12), no município de Almeirim, na região noroeste do Pará.
O ex-funcionário pediu para ter a identidade preservada. Ele afirma que, durante o tempo em que trabalhou na empresa, enfrentou diversas irregularidades, inclusive a retirada de co-pilotos dos aviões para dar lugar a passageiros.
"Era uma prática comum tirar o co-piloto e botar o passageiro no lugar do co-piloto. Era uma prática comum e acontece até hoje como aconteceu nesse último acidente. Quando um funcionário é para voar no máximo 11 horas (horário de regulamentação), começa às 8h e se estendia até às 22h, e seguido”, denuncia.
De acordo com o ex-funcionário, havia ainda excesso de peso nos voos. “Em relação ao peso e balanceamento da aeronave, enquanto uma aeronave era para decolar no máximo para fazer aquele tipo de voo, era para decolar no máximo com três mil quilos, saia com quatro mil, quatro mil e quinhentos quilos. Mil e quinhentos quilos acima do peso", revela.
O ex-funcionário que denunciou as condições precárias da Fretax diz que o problema se repete em outras companhias de táxi aéreo.
"Acontece em todas as empresas do Norte. Acontece em Belém, acontece em Manaus, acontece em Terezina, acontece em Imperatriz, em todas as empresas de todos os táxi aéreos hoje da região Norte está acontecendo isso. E os órgãos competentes que deveriam fiscalizar simplesmente não tem ferramentas e condições de fiscalizar hoje por falta de conhecimento técnico e de pessoal", denuncia.
O G1 tentou contato com a Fretax para que a empresa comentasse as denúncias, mas ninguém atendeu às ligações.
Em nota, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informou que realiza diversas ações de fiscalização no Pará, incluindo auditorias e inspeções nos vôos.
Investigação
Entre os mortos, estavam o piloto e nove funcionários, que trabalhavam nas obras da Hidrelétrica de Santo Antônio do Jari, no Amapá. A aeronave iria pousar no distrito de Monte Dourado, próximo a divisa entre o Pará e o estado vizinho, mas caiu a cinco quilômetros do aeroporto.
Depois do acidente, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu as atividades da Fretax. Segundo a Anac, a empresa não poderia ter levantado voo sem o co-piloto.
A polícia de Monte Dourado já começou a ouvir os depoimentos em relação a este caso, inclusive de um representante da companhia de táxi aéreo. O delegado responsável pelas investigações aguarda que a empresa apresente os documentos de manutenção da aeronave para saber se houve falha mecânica ou erro administrativo, pela falta do co-piloto.
Entenda o caso
O piloto e os nove passageiros do avião bimotor modelo Carajá de prefixo PT-VAQ morreram após a aeronave cair próximo ao aeroporto de Monte Dourado, em Almeirim, noroeste do Pará, nesta terça-feira (12). Os destroços foram encontrados apenas nesta quarta (13), e os corpos das vítimas foram resgatados por volta de 15h30, chegando em Belém aproximadamente às 18h50.
O avião transportava trabalhadores da Cesbe, empresa de engenharia responsável pela construção da Usina Hidrelétrica Santo Antônio do Jari, no Amapá. Em nota, a Cesbe lamentou o ocorrido e disse que está prestando assistência aos familiares das vítimas. A Cesbe informou ainda que seus funcionários faziam esta rota através da empresa de táxi aéreo Fretax desde outubro de 2011.
A Fretax, responsável pelo avião, disse que a aeronave havia passado por revisão, e que irá apurar as causas do acidente.

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