MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 9 de março de 2013

Em 2012, Dilma vetou desoneração da cesta básica

Presidente não aceitou proposta do líder do PSDB na Câmara para zerar os impostos federais nos alimentos. Agora, com a inflação em alta, ela utiliza a mesma ideia para salvar a economia

Dilma Rousseff em pronunciamento no Dia Internacional da Mulher
Dilma Rousseff em pronunciamento no Dia Internacional da Mulher (Reprodução)
Os autoelogios da presidente Dilma Rousseff sobre os feitos do seu governo, em discurso nas redes de rádio e televisão na noite de sexta-feira, poderiam ter acontecido em um tom mais humilde. Principalmente porque a presidente vetou no ano passado a desoneração da cesta básica. Em setembro de 2012, Dilma rejeitou proposta do líder do PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo, de zerar os impostos federais para os mesmos produtos: carne bovina, suína, peixe, arroz, feijão, ovo, leite integral, café, açúcar, farinhas, pão, óleo, manteiga, frutas, legumes. A presidente apenas acrescentou sabonete, papel higiênico e pasta de dente.
Os motivos do veto? Criar uma comissão liderada pelo PT para estudar os benefícios que a medida poderia trazer para o país. “Mais uma vez falou a candidata e não a presidente da República, que perdeu a oportunidade de explicar ao país as razões do recrudescimento da inflação que temos vivido”, afirmou Sérgio Guerra, presidente do PSDB, em nota. “Se não tivesse vetado a emenda aprovada, o benefício de produtos mais baratos já teria chegado à mesa dos brasileiros meses atrás.”
Inicialmente, a desoneração da cesta básica estava na Medida Provisória (MP) 563, do Plano Brasil Maior, que, além dos alimentos básicos, retiraria tributos do Programa de Integração Social (PIS), da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). Na época, para a presidente, faltava relevância para aprovar a redução dos impostos.
Na noite de sexta-feira, Dilma apareceu como a dona da ideia que vai beneficiar as famílias de renda mais baixa, num claro apelo eleitoral de olho nas eleições do ano que vem. Após o veto presidencial, a Fiesp alertou para os ganhos imediatos da redução de impostos na cesta básica: 30% da renda das famílias mais humildes era utilizada na compra de alimentos.
O Planalto desejava anunciar a desoneração da cesta básica após a aprovação do Orçamento deste ano. Mas com a inflação em alta – o IPCA chegou a 6,3% em fevereiro, no acumulado de 12 meses – a presidente antecipou a benevolência. Reduzir o peso dos impostos nos alimentos pode ajudar a reduzir a inflação e salvar a economia de um novo vexame de baixo crescimento.
Ao não reconhecer a importância e a relevância da ideia de um partido da oposição, a presidente Dilma reforça a imagem de prepotência e arrogância que marcam os 10 anos do PT na presidência. Qualquer proposta, para ser considerada boa, só vale com uma única assinatura: a do seu partido.
VEJA

Nenhum comentário:

Postar um comentário