MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 18 de março de 2013

Audi diz que decidirá sobre produção nacional até abril


Marca recebe homologação para o Inovar-Auto, mas mantém preços.
Mercedes-Benz e BMW já anunciaram redução nos valores dos carros.

Priscila Dal Poggetto Do G1, em São Paulo

audi a3 sportback (Foto: Eric Piermont/AFP)Audi A3 Sportback (Foto: Eric Piermont/AFP)
A agenda do presidente da Audi do Brasil, Leandro Radomile, está mais uma vez ocupada com viagens à Alemanha, para negociar com a matriz os próximos passos da marca alemã no país, que envolvem uma possível produção local. De acordo com o executivo, que embarca nesta segunda-feira (18), serão discutidos na Alemanha mix de produtos para este ano, preços de cada modelo e uma possível produção nacional, seja em uma fábrica da Volkswagen ou uma própria. A definição está prevista para abril. "Por enquanto, os preços serão mantidos", afirma Radomile.
Tudo isso porque a habilitação da Audi para o novo regime automotivo Inovar-Auto foi oficializada na última terça-feira (12). O programa federal, anunciado no ano passado, compensa a elevação de 30 pontos percentuais no IPI dos veículos importados (e com menos de 65% de conteúdo nacional), caso as montadoras atinjam alguns requisitos. No entanto, para isso, há ainda uma cota máxima de importação de até 4.800 veículos, dependendo do perfil da companhia.
No caso da Audi, o teto estabelecido foi de 3.900 veículos por ano. Considerando que deva importar em 2013 cerca de 7.500 carros, o presidente da Audi acha a cota suficiente, no entanto, a montadora terá de avaliar o negócio para compensar o IPI maior para as unidades que passarem da conta. "Já é um investimento para a Audi trazer esses carros fora da cota. Então, vamos avaliar o mix de produtos para ver se algum preço será alterado para equilibrarmos esta conta e trabalharmos com valores competitivos", ressalta Leandro Radomile.
Não teremos redução de preços porque nossa cota é bem inferior a dos nossos concorrentes. Avaliaremos mesmo alterar o mix de vendas"
Leandro Radomile, presidente da Audi do Brasil
Enquanto isso, a divisão de automóveis da Mercedes-Benz já anunciou a redução entre 9,49% e 24,28% no valor de seus produtos. A BMW também divulgou em comunicado que no caso do modelo de entrada  116i, o valor passou de R$ 104.950 a R$ 89.950. Já os modelos BMW Série 6 Coupé e BMW Série 6 Cabrio tiveram os preços reduzidos em 32%. A Porsche, no entanto, alterou para baixo apenas os preçps dos modelos Cayman e Cayman S, sendo que o resto da linha ficou com a tabela inalterada.
A homologação da Audi no Inovar-Auto foi a mais demorada, inclusive, porque o governo brasileiro exigiu o fim das sinergias que a marca mantinha com a Volkswagen do Brasil, outra marca do Grupo VW.
Fábrica será decidida até abril
Até abril, as viagens de Radomile à Alemanha serão frequentes. O tema das reuniões ficará concentrado na avaliação de uma produção brasileira, o que é bem possível. Para o executivo, a chance de o Audi brasileiro sair de uma das fábricas da Volkswagen é grande, pois seria menos custoso para o grupo fazer apenas a adaptação de uma linha.
Se compensar a produção local, vamos fazer. Mas isso só acontecerá se tivermos uma perspectiva de produção viável e sustentável"
Leandro Radomile, presidente da Audi do Brasil
Mesmo assim, a produção separada não foi descartada. "Até o final de abril teremos uma posição da matriz, mas não que ela se torne pública de imediato. Temos que analisar bem as regras do Inovar-Auto e esperar que o governo defina regras que ainda faltam no programa", destaca o executivo sobre as dificuldades para o próprio governo estabelecer as definições para os invetimentos.
"Se compensar a produção local, vamos fazer. Mas isso só acontecerá se tivermos uma perspectiva de produção viável e sustentável", reforça. Entre 2000 e 2006, a Audi chegou a produzir o hatch A3 na fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais (PR). No caso de uma nova produção, seria também de modelos derivados da plataforma MQB, a mesma do A3 e do Golf.
Concorrentes com fábricas anunciadas
A produção local livra as empresas da cota de até 4.800 veículos de importação por ano sem incidência de 30% do IPI. No caso, a BMW foi a primeira marca de luxo a anunciar planos para construir uma fábrica no Brasil, em investimento inicial de 200 milhões de euros. A Land Rover também divulgou que avalia a construção de uma fábrica no país. No caso da Porsche, que trabalha com um nicho de mercado restrito com volumes menores em todo o mundo, não há interesse em uma produção brasileira.
"Os maiores compradores de Porsche são China e Estados Unidos, lugares onde não tem fábricas. Por que a Porsche teria interesse em produzir no Brasil? Não faz sentido", explicou o presidente da importadora oficial da marca no país, a Stuttgart Sportcar, Marcel Visconde.
Mercado em queda
As vendas de carros importados fecharam fevereiro com 7.185 unidades emplacadas, o que equivale a uma queda de 16,7% contra janeiro deste ano, quando foram vendidas 8.626. Na comparação com fevereiro de 2012, a retração chega a 31,1%, já que no período foram importados 10.427 carros. O balanço foi divulgado nesta segunda-feira (18) pela Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva).

Nenhum comentário:

Postar um comentário