MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 24 de março de 2013

Alunos do Projeto Guaporé reclamam da falta de estrutura, em Vilhena, RO


Professores dizem que iniciativa é boa, mas estrutura é precária.
Sala de aula cedida por igreja tem pouca iluminação e ventilação.

Jonatas Boni Do G1 RO

Alunos fazem oficina em pátio de escola, por falta de salas (Foto: Jonatas Boni/G1)Alunos fazem oficina em pátio de escola por falta de salas (Foto: Jonatas Boni/G1)
Alunos e professores da escola estadual Deputado Genival Nunes da Costa, em Vilhena (RO), reclamam da falta de espaço para realizar as oficinas do Projeto Guaporé iniciado em fevereiro deste ano. A instituição é a única do Cone Sul de Rondônia contemplada pelo programa, que tem por objetivo oferecer aulas de reforço escolar e atividades complementares em horário diferente do ensino regular.
“Nós não temos salas suficientes para todos, daí estamos contando com a ajuda de parceiros, como igrejas. Todos os dias saem grupos de alunos da escola rumo às salas cedidas”, afirma Joaquim Germiniano, diretor da escola.
Alana Cristina, 13 anos, afirma que precisa encarar a chuva para ir até as oficinas que acontece na parte externa do estabelecimento educacional. “Para não nos molharmos muitos, quando isso acontece, vamos correndo rente ao muro da escola”, revela a adolescente que está na oitava série.
Luana Soares, 13 anos, também reclama da estrutura da escola. Segundo a adolescente, a direção da escola não quer que os alunos tomem banho após o almoço. “Sinto falta disso, porque às vezes ficamos cansados de manhã e queremos estar limpos para entrar em sala de tarde. Só tem três chuveiros no banheiro”, relata Luana.
Falta local para refeições
Outra reclamação dos alunos é a falta de um refeitório. Atualmente, as refeições são feitas em mesas do pátio.
O diretor da escola admite que a falta de um refeitório é desconfortante para os estudantes, mas afirma que em setembro deste ano o governo estadual vai abrir licitação para a construção de refeitório, banheiros e piscina semi olímpica.  “A gente sabe que a burocracia é grande, então, para que tudo isso seja concretizado, é necessário esperar. Acredito que em 2015 o projeto estará completo”, avalia Joaquim.
A professora Lurdes Geremias diz que o projeto é bom, mas a falta de espaço é preocupante. “Não temos uma sala fixa. Tem dias que dou aula na biblioteca, noutro vou para as salas da igreja. Isso prejudica os alunos”.
Atualmente, de acordo com a direção, 15 funcionários trabalham nas oficinas do Projeto Guaporé e a maioria precisa se deslocar para as salas das igrejas parceiras. O G1 visitou uma das salas onde acontecem as aulas de acompanhamento pedagógico. Em uma delas, faltam cadeiras, iluminação e ventiladores. O teto não tem forro.
Sala improvisada tem pouca iluminação e ventilação (Foto: Jonatas Boni/G1)Sala improvisada tem pouca iluminação e ventilação (Foto: Jonatas Boni/G1)
Ana Maria Santana Vallalv, professora da oficina de artes, conta que às vezes precisa dar aula para 30 alunos em um espaço que ela considera minúsculo. “A sala fica quente e os alunos se estressam, porque falta ventilação. Como não tem forro, o barulho das salas ao lado acaba atrapalhando o trabalho da gente”.
A aluna Stephany Michaely reclama que nos dias de chuva os alunos ficam sem almoço. “Quando saímos da igreja, geralmente às 11h45, até chegarmos à escola a comida acabou, ou seja, alguns ficam sem se alimentar, como já aconteceu comigo”, conta a estudante.
Quem trabalha como voluntário na escola, como é o caso de Larissa Ruas, acadêmica de jornalismo da Universidade Federal de Rondônia, também sente dificuldades. “Eu trabalho jornal escolar com os adolescentes, mas até hoje não existe um horário fixo para a oficina. Geralmente faço a oficina no laboratório, mas, quando a sala está sendo usada por outro professor, preciso ficar com os alunos na mesa do pátio”, explica Larissa.
Para a coordenadora do Projeto Guaporé, Nelia Siqueira, todo projeto encontra dificuldade no início, mas tudo é superado. “A iniciativa é boa e nós já estamos cumprindo o objetivo inicial dele, que é o de retirar as crianças e adolescentes das ruas”, acredita Nelia. Segundo a educadora, as parcerias que a escola tem recebido só fortalece o programa.
Segundo o coordenador regional de educação, Edson Soares Nogueira, existem projetos para melhorar a estrutura da escola Deputado Genival Nunes da Costa, mas isso vai acontecer gradativamente “Hoje, por exemplo, nós já temos um ônibus para fins pedagógicos. Vamos ampliar a cozinha e os banheiros do local”, explica Edson.

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