MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 14 de março de 2013

Água tratada com cloro provoca reação alérgica em haitianos no Acre


Haitianos estariam sofrendo coceiras por causa da água.
Imigrantes apresentam ainda problemas gastrointestinais.

Yuri Marcel Do G1 AC

Mais de 400 haitianos estão em Brasiléia, no Acre (Foto: Dayane Leite/Arquivo Pessoal)Ao menos 440 haitianos estão em Brasiléia, no Acre (Foto: Dayane Leite/Arquivo Pessoal)
Os imigrantes haitianos que chegam ao município de Brasiléia, no interior do Acre, têm sofrido reações alérgicas à água que utilizam para tomar banho e lavar roupa. O problema é causado por causa do cloro que é utilizado no tratamento da água.
Segundo o médico Márcio Correia, que é responsável pelo atendimento dos haitianos no Posto de Saúde Tufi Mizael, o cloro é a principal causa da alergia, mas os imigrantes têm também apresentado problemas com a alimentação fornecida no Acre.
"A gente faz o atendimento e todo o protocolo do Sistema Único de Saúde é seguido com eles. A princípio foi constatado que eles têm intolerância ao cloro, mas verificamos que não é só isso, a alimentação e o tempero utilizado aqui também são estranhados pelo organismo deles. 90% dos casos que chegam no posto são por micose e infecção gastrointestinal que podem ter a ver com a água, mas também com a alimentação", explica.
De acordo com Damião Borges de Melo, da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, encarregado de auxiliar os haitianos em Brasiléia,  apesar do transtorno inicial o organismo dos imigrantes logo se acostuma à água.
Água estaria provocando reações alérgicas em haitanos (Foto: Yuri Marcel / G1)Água estaria provocando reações alérgicas
em haitanos (Foto: Yuri Marcel / G1)
"Nossa água tem muito cloro e eles não estão adaptados a esse tratamento porque lá no Haiti 80% não tem água potável. Então nos primeiros 10, 15 dias sentem coceira, mas depois se adaptam. Aqueles que às vezes sentem efeitos mais fortes são encaminhados aos postos de saúde e recebem medicamentos", explica.
Melo disse ainda que na casa alugada para hospedar os haitianos a secretaria cavou um poço artesiano para tentar facilitar a adaptação. Porém, como são muitos haitianos, alguns acabam utilizando a água tratada com cloro que é distribuída pelo Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento  (Depasa) e têm reações alérgicas.
Herland Euzebe sofreu alergia durante uma semana (Foto: Yuri Marcel/G1)Herland Euzebe sofreu alergia durante
uma semana (Foto: Yuri Marcel/G1)
Entre os que sofreram para se adaptar está o imigrante haitiano Herland Euzebe (30). "A água me deu coceira e inflamação na pele durante uma semana", conta.

Saúde
Mas a água é apenas um dos problemas que os haitianos têm apresentado em território nacional. Segundo o coordenador da Vigilância Sanitária Municipal, Antônio José Oliveira,  na semana passada 16  deram entrada no Posto de Saúde Tufi Mizaelal com quadro de infecção gastrointestinal.

"Quando eles vêm do Haiti se alimentam pelos países que passam e por ter o organismo fragilizado acabam chegando ao Acre com essas patologias", ressalta.
O coordenador explica que em Brasiléia a equipe da Vigilância Sanitária vem inspecionando os locais que fornecem alimentos para os haitianos para garantir a saúde dos imigrantes. "Aqui em Brasiléia, o restaurante  tem nutricionista e o posto de saúde tem um médico exclusivo para eles", fala.
Rotatividade
Por causa da rotatividade dos haitianos em território acreano não há como fazer um acompanhamento médico constante."A gente tem deficiência de estar acompanhado porque eles chegam e logo vão embora", diz o coordenador da Vigilância Sanitária.

Até a última terça-feira (12) haviam 440 haitianos em Brasiléia, porém, esse número está sempre em mudança. "Todo dia chegam 30 e vão embora 20 para outros estados ", explica Damião Borges de Melo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário