Universitários da Ufal orientam carroceiros sobre trato de animais

Projeto Carroceiro Vet Legal pretende implantar uma associação na região.
Meta é organizar e capacitar carroceiros para que melhorem a renda.

Michelle Farias Do G1 AL

Veterinários e estudantes prestaram atendimento aos animais (Foto: Michelle Farias/G1)

Um projeto realizado por estudantes do curso de zootecnia e medicina veterinária da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Vet Carroceiro Legal, orienta carroceiros da periferia de Maceió sobre o trato do animal, faz exames e aplica vacinas antirrábicas nos bichos. Neste sábado (16), a atividade contemplou carroceiros do bairro Vergel do Lago. O projeto tem como objetivo a implantação da Associação de Carroceiros da região.

A associação vai contar com voluntários dos cursos de serviço social e direito da UFAL, quem também participaram da ação realizada neste sábado (16). Eles conversaram com os carroceiros para fazer o cadastramento e a seleção dos integrantes da associação. Uma das metas é organizar os carroceiros e capacitá-los para ter uma renda melhor com a atividade.
"Os associados vão se comprometer em fazer os cursos de capacitação, melhorando os cuidados com a própria saúde e diminuindo os maus tratos aos animais", afirmou o coordenador do projeto, o veterinário Pierre Barnabé.
Ainda segundo Barnabé, os carroceiros são vistos como entrave social e agressores do meio ambiente, principalmente, devido aos maus tratos aos cavalos. Há quatro anos o Projeto Carroceiro Vet Legal vem mudando essa realidade. “Nossa equipe sempre faz pesquisas sobre o bem estar animal e sustentabilidade social. Está sendo uma escola maravilhosa para os alunos”.

Carroceiro chegou com três animais debilitados
(Foto: Michelle Farias/G1)

Há 15 anos trabalhando como carroceiro, Hernandes Gomes chegou com três animais para serem atendidos. Segundo os veterinários, todos estavam estressados e com sinais de maus tratos. Durante o trajeto até o local de atendimento, uma égua que está prenha caiu e ficou ferida.
“Não consegui controlar o outro cavalo e a coitada caiu. Esses animais são o sustento da minha família. Cuido bem deles, compro remédios e deixo eles descansarem”, justificou o carroceiro.

Ainda segundo o coordenador, a partir de março, a Associação dos Carroceiros irá funcionar diariamente em uma sala doada pela Secretaria Municipal de Saúde. “Quem quiser contratar o serviço do carroceiro, em breve, terá a opção profissionais cadastrados, que cuidam bem do animal, além de um serviço de qualidade, já que eles serão capacitados”.
O estudante de medicina veterinária Mikael Lima disse que o projeto além de beneficiar a sociedade é uma grande experiência para a sua carreira. “Está sendo muito bom porque colocamos em prática o que aprendemos na faculdade”, afirmou.

Até dois anos de idade, animais não podem ser
usados por carroceiros. (Foto: Michelle Farias/G1)

Cuidados
Segundo Pierre Barnabé, a partir de três anos os ossos dos cavalos ficam fechados e, só assim, eles podem atuar nesse tipo de atividade. “O que encontramos aqui foi uma grande quantidade de animais trabalhando irregularmente. Muitos deles são novos e estavam machucados porque os ossos ainda não estão formados para que eles possam exercer esse tipo de atividade”, afirmou.
O coordenador ressaltou ainda que muitos carroceiros maltratam os animais por ignorância. “Eles não sabem que com dois anos o cavalo não pode carregar peso. Mas há carroceiros, maltratam por crueldade os animais”, disse Barnabé.
Voluntários
O coordenador do projeto disse ainda que, os alunos dos cursos de agronomia, direito, serviço social, medicina veterinária e zootecnia que tiverem interesse em participar do projeto basta enviar um e-mail para o endereço eletrônico 'grupequi.ufal@gmail.com'.