MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Primeiras impressões: Suzuki Jimny


Primeiro nacional da marca tem simpatia no design e valentia no off-road.
Espaço no branco traseiro é ruim; versão mais cara chega a R$ 61.990.

Rodrigo Mora Do G1, em Mogi Guaçu (SP)

Suzuki Jimny 'brasileiro' começa a ser vendido no Brasil (Foto: Divulgação)Suzuki Jimny 'brasileiro' começa a ser vendido no Brasil (Foto: Divulgação)
Salão do Automóvel é o momento ideal para fazer promessas. Na edição de 2010, a Suzuki anunciou que produziria o Jimny - disponível no mercado nacional há tempos, mas até então importado do Japão - no Brasil a partir de 2012. Ao contrário de inúmeras marcas – especialmente as chinesas – que só ameaçam, a Suzuki cumpriu: eis o Jimny nacional, já à venda por R$ 55.990, caso da versão 4ALL.
Os preços seguem em R$ 59.990 para a 4SUN (com teto solar) e R$ 61.990 na radical 4SPORT. A produção local não fez com que os valores fossem reduzidos, como havia afirmado a montadora no Salão de São Paulo de 2012, ocasião em que confirmou a data do lançamento. De série, todas as versões trazem direção hidráulica, ar-condicionado, CD player com entrada USB e Bluetooth e vidros, travas e retrovisores elétricos. Freios ABS e airbags serão itens adicionados à lista de equipamentos até o final do ano.
Sem concorrentes diretos, o Jimny encontra apenas no mais potente e caro Troller T4 um rival com proposta similar.
Concorrentes Suzuki Jimny (Foto: Editoria de Arte/G1)
Segundo Luiz Rosenfeld, presidente da Suzuki Veículos do Brasil, “levou um tempo para entender o Jimny no Brasil em relação ao mundo”. Isso porque mundo afora o jipinho tem vendas estrondosas. São 150 mil unidades/ano na Europa e 100 mil/ano na América do Sul; na Índia, a marca é dona de 40% do mercado. De tão querido na Ásia, o Jimny tem publicações dedicadas exclusivamente a ele. Por aqui, estima-se 2.500 exemplares ao ano, através das atuais 60 concessionárias.
História
O primeiro Jimny surgiu em 1970, com motor de 300 cm³. A segunda geração veio em 1981, já com motor de 1.000 cm³. E o Jimny conhecido agora é de 1998. Segundo a marca japonesa, são 43 anos de comercialização, em 188 países e mais de 2,5 milhões de unidades vendidas.
Jimny se mostrou um 'guerreiro' na estrada de terra (Foto: Divulgação)Jimny se mostrou um 'guerreiro' na estrada de
terra (Foto: Divulgação)
Impressões
O G1 experimentou o Jimny no complexo da Mitsubishi (as duas marcas japonesas são administradas pelo mesmo empresário) em Mogi Guaçu, no interior de São Paulo, que inclui autódromo de alto nível e uma improvisada pista off-road. Sobre o asfalto, ainda que as características do autódromo não equivalham ao uso urbano, o jipinho mostrou desenvoltura com seu motor 1.3 16V, que, se não é entusiasmante no papel com seus 85 cv, torna-se adequado na prática. Movido a gasolina, tem funcionamento que distancia o Jimny da habitual tremedeira dos jipes a diesel. Os engates do câmbio são suaves e precisos.
Na estrada, o aventureiro compacto vai igualmente bem, desde que respeitada sua função de jipe. A 120 km/h, ruídos externos e vibração do motor estão dentro da normalidade.
Na hora do fora de estrada, num morro completamente acidentado e sem a menor adaptação a qualquer tipo de veículo, o Jimny deixou a simpatia de lado e se mostrou um guerreiro. O jipinho atravessou obstáculos que até a pé seriam difíceis de ser transpostos. E de maneira incrivelmente simples, como se o pior dos obstáculos ainda estivesse por vir. Isso graças a uma construção robusta e simples e grandes ângulos de ataque e saída.
Por dentro, o Jimny é simples, e nesse caso a simplicidade é bem-vinda. Há bastante plástico, mas todas as peças são bem encaixadas e não há rebarbas ou desalinhamentos. A ergonomia é boa, com a posição do motorista levemente elevada. Destaque para o painel, único momento em que a cabine sugere algum refinamento.
O espaço é suficiente na parte da frente, mas escasso no banco traseiro, que leva apenas duas pessoas. Mas, para os aventureiros, é possível deitar o banco do passageiro até que esse fique totalmente plano, se unindo ao traseiro e formando assim uma pequena cama.
Jimny pra quem?
Para a Suzuki, o cliente do Jimny vai desde o jipeiro iniciante, passando por quem tem garagem pequena, até fazendeiros e usineiros – ou simplesmente admiradores do estilo. Mas é preciso, antes de assinar o cheque, identificar o real uso do Jimny. Pagar R$ 55.990 num carro 4x4 para rodar na cidade e raramente jogá-lo na lama só é mais incoerente do que dispensar a mesma quantia em algum “aventureiro urbano”, que só finge ser o que o Jimny realmente é.
Mas, se há de fato um equilíbrio entre asfalto e terra, esse é o carro. Sem falar no seu carisma prontamente reconhecido no meio do trânsito cada vez mais entupido de gigantescos SUVs. Tão carismático que é impossível imaginar, por exemplo, alguém no trânsito brigar com o dono de um Jimny.
Jimny foi feito para agradar de trilheiros iniciantes a usineiros (Foto: Divulgação)Jimny foi feito para agradar de trilheiros iniciantes a usineiros (Foto: Divulgação)

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