MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Ministro da Justiça anuncia medidas contra atentados em Santa Catarina


Anúncio foi feito em entrevista coletiva na manhã deste sábado (16).
Cardozo falou de cinco ações imediatas; há outras ainda não divulgadas.

Do G1 SC

Ministro José Eduardo Cardozo e governador Raimundo Colombo falaram sobre ação contra ataques (Foto: João Salgado/RBS TV)Ministro José Eduardo Cardozo e governador Raimundo Colombo falaram sobre ações contra ataques (Foto: João Salgado/RBS TV)
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou cinco medidas, na manhã deste sábado (16), para conter os ataques de violência que atingem Santa Catarina. Entre as ações estão a transferência de presos para presídios federais - que já começou a ocorrer neste sábado, com a transferência de 40 detentos -, prisões, vinda de homens da Força Nacional ao estado, a criação da Operação Divisa e a formação de uma Frente Nacional de Defensores Públicos. Segundo José Eduardo Cardozo, há ainda, outras operações que serão realizadas sem serem divulgadas, em função de segurança.
O anúncio foi feito em entrevista coletiva com o ministro e autoridades catarinenses. As ações, de acordo com Cardozo, serão realizada em conjunto entre entidades das esferas federal e estadual. "Em certos momentos de crise, é preciso aprofundar essa troca", disse. A intenção é combater os atentados que ocorrem em Santa Catarina desde 30 de janeiro. Até as 11h deste sábado (16), a Polícia Militar havia registrado 106 ataques a 33 cidades no estado.
Presos foram levados até a Base Aérea, em Florianópolis, a fim de serem transferidos (Foto: Luciane Fromholz/RBS TV)Presos foram levados até a Base Aérea, em
Florianópolis, a fim de serem transferidos (Foto:
Luciane Fromholz/RBS TV)
Transferência de presos
A transferência de presos iniciou na manhã deste sábado (16), quando 40 homens foram retirados de prisões catarinenses e levados a presídios de segurança máxima do país. Destes, 37 encaminhados para Mossoró (RN) e três até Porto Velho (RO).
"O Governo Federal disponibiliza quantas vagas forem necessárias para a transferência de novos presos. É uma remoção de grande porte e o Ministério da Defesa prontamente atendeu as nossas solicitações", afirmou o ministro.
Segundo o Coronel da Polícia Militar de Santa Catarina, Nazareno Marcinero, na noite de sexta, a Força Nacional atuou na remoção de presos em seis cidades catarinenses: São José, Florianópolis, Criciúma, Blumenau, Joinville e Itajaí.
Polícia Civil atua em 12 cidades (Foto: João Salgado/RBS TV)Polícia Civil atua em 12 cidades (Foto: João Salgado/
RBS TV)
Prisões
A Polícia Civil cumpriu, até as 11h deste sábado (16), 65 mandados de prisão, entre 97 expedidos. Segundo o ministro, maioria dos detidos era mandante das ocorrências verificadas no estado.
Força Nacional
O ministro José Eduardo Cardozo falou da chegada da Força Nacional a Santa Catarina nesta sexta-feira (15). A organização ficará sob o comando do Coronel da Polícia Militar do estado, Nazareno Marcinero. Não será divulgado o número de homens da Força que desembarcaram em Florianópolis na sexta.
Operação Divisa
Entre as medidas, foi anunciada a Operação Divisa, que consiste na fiscalização das fronteiras do território catarinense. Será realizado um pente-fino em três modais - o terrestre, o aéreo e o marítmo. Por terra, serão montadas barreiras fixas. Haverá, ainda, operações táticas, como veículos sendo parados por policiais.
Cardozo reforçou que serão usados equipamentos de alta teconologia. Na coletiva, ele entregou a chave de um scanner veicular à Polícia Rodoviária Federal. Segundo o ministro, um artefato como este permite dectetar facilmente o transporte de armas e drogas em estradas. "A ideia é ter uma fiscalização muito rigorosa", afirmou.
Além do scanner, o laboratório especializado na detecção de ações das organizações criminosas de Santa Catarina receberá aditivos complementares para poder agir com maior eficiência e velocidade.
Frente Nacional de Defensores Públicos
Outra medida anunciada foi a análise da situação de presídios catarinenses. Segundo Cardozo, a meta é, no prazo de 30 dias, que se tenha montada a chamada Frente Nacional de Defensores Públicos. "Esta frente analisará a situação de cada preso, verificando a
106: mapa de ataques em santa catarina 16 de fevereiro (Foto: Arte/G1)
execução penal. Nós vamos checar se o preso pode progredir na pena ou não, para que tenhamos o estado de direito afirmado no sistema carcerário de Santa Catarina", disse.
Entenda o caso
A segunda onda de atentados em Santa Catarina começou na noite de 30 de janeiro, no Vale do Itajaí. Até as 11h deste sábado (16), a Polícia Militar havia confirmado 106 ataques. Veículos foram incendiados e foram disparados tiros e jogados coquetéis-molotovs contra prédios públicos. As ocorrências foram registradas em pelo menos 32 municípios: Navegantes, São José, Florianópolis, Criciúma, Itajaí, Palhoça, Camboriú, São Francisco do Sul, Laguna, Araquari, Gaspar, Joinville, Balneário Camboriú, Jaraguá do Sul, Maracajá, Ilhota, Tubarão, Chapecó, Indaial, Brusque, Blumenau, Garuva, Bom Retiro, São Bento do Sul, Rio do Sul, Porto União, São João Batista, São Miguel do Oeste, Içara, Imbituba, Guaramirim e Campos Novos.
O policiamento foi reforçado em todas as regiões. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a suspeita é de que as ordens sejam comandadas por uma facção criminosa e partam de dentro dos presídios. As autoridades investigam a relação dos ataques com denúncias de maus-tratos no Presídio de Joinville e com transferências de detentos no sistema prisional do estado. Em Joinville e Florianópolis, são feitas escalas especiais de escolta para os ônibus do transporte coletivo.
Em novembro de 2012, quando aconteceu a primeira onda de atentados, durante sete dias foram confirmados 58 atentados em 16 municípios catarinenses. Os ataques cessaram depois do anúncio da saída do diretor da Penitenciária de São Pedro de Alcântara.

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