MEDIÇÃO DE TERRA

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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Estilistas pretendem agregar o bordado filé de Alagoas à alta costura


Artesanato alagoano pode conquistar reconhecimento internacional.
Estilistas vieram para Alagoas para conhecer o bordado dos artesãos.

Michelle Farias Do G1 AL

Artesã Petrúcia Lope borda o tradicional filé alagoano (Foto: Jonathan Lins/G1)Artesã Petrúcia Lope borda o tradicional filé alagoano (Foto: Jonathan Lins/G1)
Das mãos da mulher rendeira para as passarelas de alta costura. O artesanato alagoano se destacou pelo mundo afora e está prestes a se tornar ícone para a próxima coleção primavera/verão de uma grife nacional. Três estilistas do Rio de Janeiro vieram para Alagoas para conhecer o tradicional bordado filé. Se a parceria der certo, cerca de 200 artesões do estado serão beneficiados.

Com o apoio da Secretaria Municipal de Promoção do Turismo e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as estilistas da franchising Cantão estão realizando uma pesquisa de campo para agregar o artesanato alagoano à moda nacional. De acordo com a coordenadora de estilo da franquia, Lanza Mazza, a riqueza dos detalhes do artesanato agregará um grande valor à marca.
Estilistas cariocas ficam encantadas com artesanato alagoano (Foto: Jonathan Lins/G1)Estilistas cariocas encantadas com o artesanato
alagoano (Foto: Jonathan Lins/G1)
“O trabalho que é produzido em Alagoas é encantador e tem tudo a ver com a nossa marca. Conhecer os pontos do bordado de perto está sendo fundamental para a conclusão dos nossos estudos. Esperamos que a parceria saia do papel para que a minha equipe, juntamente com os artesãos, possa lançar a próxima coleção com o pé direito”, disse Lanza.

Ainda segundo a estilista, sua equipe está desenvolvendo um trabalho de pesquisa, analisando desde os pontos de cada bordado até a linha utilizada.  “Nos surpreendemos e conseguimos também surpreender os alagoanos ao bordar uma peça em filé. Mas é muito difícil. Ao colocar a mão na massa, de fato, conseguimos valorizar ainda mais o artesanato”, afirmou.

O foco de atenção maior é o bordado filé, com sua variedade de pontos, tramas e cores, alinhavados com beleza e harmonia, do jeito que a grife carioca procura.  É uma oportunidade de geração de emprego e renda para os 200 componentes das cinco associações de artesãos cadastradas no Sebrae.

A Unidade de Turismo, Artesanato e Cultura (Utac) do Sebrae colabora com a visita e com a futura parceria. “Essa procura da grife é uma resposta do mercado, um reconhecimento da beleza do nosso artesanato”, disse a gerente da unidade, Vanessa Fagá Rocha.
Artesão mostra o seu trabalho para as estilas cariocas (Foto: Jonathan Lins/G1)Artesão mostra o seu trabalho para as estilas
cariocas (Foto: Jonathan Lins/G1)
Artesãos
“É uma grande oportunidade para o artesanato alagoano”. Foi assim que a artesã Petrúcia Lopes definiu a visita das estilas ao estado. Segundo a ela, a maioria dos artesãos associados dependem exclusivamente do bordado. “Nosso nome é trabalho. Estamos empolgados com essa possibilidade. Se uma estilista alagoana deu destaque ao nosso trabalho com a renascença, porque não agregar valor ao filé”, destacou Petrúcia.

O artesão Guilherme dos Santos disse que, nos últimos anos, o artesanato alagoano ganhou um destaque maior. “Nosso bordado é diversificado. Desde pequenos trabalhos com pontos e cores e acredito que essa é a nossa oportunidade. O melhor de tudo isso é que o lucro será dividido entre todos da associação. “, afirmou.

Certificado de reconhecimento
De acordo com a gerente do Sebrae Vanessa Fagá, foi apresentado para as estilistas o projeto de Identificação Geográfica (IG) do filé de Alagoas. Isso significa o registro do saber coletivo junto à Instituição Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), ou seja, o artesanato alagoano será reconhecido mundialmente e terá um regulamento de produção que garante qualidade e notoriedade.
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Peças produzidas por artesãos alagoanos (Foto: Jonathan Lins/G1)Peças produzidas por artesãos alagoanos (Foto: Jonathan Lins/G1)
Há quatro anos a instituição vem trabalhando para que o artesanato alagoano seja inserido no projeto do INPI. “Já estamos finalizando os estudos e estamos confiantes que vamos chancelar o nosso artesanato. Se der certo, o nosso artesanato vai sair com um selo com o nome do nosso estado, Alagoas”, ressaltou Vanessa.

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