Empreendimento pode mudar o cenário econômico do Litoral Sul de Alagoas. Expectativa é que indústria naval aumente a oferta de empregos na região.
Ibama acompanha audiência pública sobre a
implantação do estaleiro (Foto: Waldson Costa/G1)
Diante das discussões sobre as questões ambientais e sociais que
envolvem a implantação do Estaleiro Eisa Alagoas, no município de Coruripe,
um sentimento é compartilhado entre a população que vive nos municípios
que ficam nas proximidades do local escolhido para abrigar a indústria
de navios: a de que o empreendimento será uma redenção para o
desenvolvimento da região onde a economia tem como alicerce a produção
de cana-de-açúcar, a pesca artesanal e a agricultura.implantação do estaleiro (Foto: Waldson Costa/G1)
Representantes do Estaleiro Eisa estimam que serão gerados 5 mil empregos diretos na fase de instalação e 4 mil vagas de trabalho fixo na fase de operação. Já representantes do governo alegam que o número de postos e trabalho pode subir devido ao interesse de outras empresas de se instalarem na região, motivadas pelo desenvolvimento puxado pela indústria naval.
“Vivi toda a minha vida aqui. Sei, mais do que ninguém, das dificuldades de serviço na região. Meu pai criou os filhos cortando cana, embaixo do sol quente porque não havia outra opção para ele. Essa não é a vida que quero para os meus filhos”, diz Carlos Augusto Ferreira, 38, ao defender a instalação do empreendimento na região.
Desempregado, Gerson Ferreira, 19 anos, acredita
na mudança do cenário após estaleiro Eisa
(Foto: Waldson Costa/G1)
Com 19 anos e desempregado, o agricultor Gerson da Silva Ferreira, é um
dos jovens que vê no estaleiro a saída para melhorar a oferta de
trabalho na região do Litoral Sul.na mudança do cenário após estaleiro Eisa
(Foto: Waldson Costa/G1)
“Tenho três filhos para criar, passo apenas seis meses do ano empregado porque trabalho em usina. Quero o estaleiro porque acho que com ele eu conseguirei um outro trabalho”, conta Gerson, ao enfatizar que já preparou o currículo para buscar uma vaga.
Quem vem se preparando para as oportunidades que podem ser criadas a partir do estaleiro são os assistentes administrativos Renislânio Clayton, 26, e Gilmar Pereira, 21. Vestidos com uma camisa em defesa da implantação do Eisa, os dois, que moram em Teotônio Vilela, município que fica a 30 km de Coruripe, fazem parte do grupo de estudantes do curso de Fabricação Mecânica de uma escola técnica da região.
Jovens estão estudando fabricação mecânica de olho no estaleiro (Foto: Waldson Costa/G1)
“São justos os questionamentos e as preocupações, mas todos sabem da
importância para a economia local. A vinda do estaleiro pode fazer com
que muitos jovens deixem de migrar para outras cidades e estados”, falou
Renislânio ao mostrar a camisa da mobilização pró-estaleiro.Já Gilmar Pereira conta que só a possibilidade de uma nova indústria na região já mudou o cenário e a expectativa das pessoas. “Não sabemos ao certo o que poderá ocorrer com o estaleiro, mas sei que muita coisa já vem mudando e muita gente vem se preocupando em se aperfeiçoar para disputar uma da vagas”, relata Pereira.
Eisa Alagoas
Pertencente ao grupo do empresário German Efromovich, o Estaleiro Eisa Alagoas, que está em processo da escolha da área, terá investimentos na ordem de R$ 1,5 bilhão, com uma estimativa de geração de quatro mil empregos diretos.
Protótipo da insdútria de naval que será implantada em Coruripe (Foto: Divulgação/ Eisa Alagoas)
O local para a implantação do estaleiro permanece no município de
Coruripe, na praia de Miaí de Cima, no Litoral Sul alagoano. O projeto
está em fase de aprovação do licenciamento prévio, etapa necessária para
assegurar as demais fases que antecedem à implantação do
empreendimento. A resposta quanto ao licenciamento prévio deverá sair
até maio deste ano.
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