MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Distribuição de remédios para câncer está irregular há 3 meses em Sergipe


Três ações foram movidas pelo Ministério Público Estadual.
Dívidas com fornecedores têm prejudicado o atendimento a pacientes.

Denise Gomes do G1 SE, com informações do Bom Dia Brasil

Há três meses a distribuição de remédios para o tratamento contra o câncer em Sergipe está irregular. Diante do problema, pacientes têm enfrentado dificuldades para dar prosseguimento ao tratamento no Centro de Oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE), em Aracaju. Três ações já foram movidas pelo Ministério Público Estadual para tentar solucionar a situação.
De acordo com a promotora de Justiça Euza Missano, a irregularidade no repasse dos medicamentos deve-se às dívidas acumuladas entre a Fundação Hospitalar de Saúde, órgão que administra o hospital, com fornecedores. “É desumano ver um paciente assim sofrendo, não tem condição. O medicamento não vende em farmácia e se fosse vendido eles não teriam condições financeiras de adquiri-lo", afirmou.
A direção da Fundação Hospitalar alega que as dívidas estão sendo renegociadas, mas ainda não há prazo para que o abastecimento seja normalizado. “Estou diuturnamente junto com os fornecedores , com o setor de oncologia do hospital, procurando resolver o mais rápido possível ", informou Wagner Andrade, diretor operacional.
Ainda segundo o diretor, alguns medicamentos que estão em falta, não constam na lista do Ministério da Saúde. Sobre o assunto, a promotora de Justiça informou que mesmo assim, a fundação deve garantir o tratamento aos pacientes independentemente dos medicamentos constarem na lista.
Em tratamento contra o câncer e necessitando de um transplante de medula, a paciente Juliana Conceição Santos, ficou um mês sem realizar quimioterapia. Segundo ela, isso prejudicou o andamento do tratamento e agora os médicos avaliam se o transplante poderá ou não ser realizado. "Eu só posso fazer o transplante com o mínimo de doença possível, então acabou atrasando muito e me prejudicando pela falta do medicamento", ressaltou.
Por dois meses, outro paciente ficou sem receber medicamentos. "Vou tomar agora, mas também não sei se na próxima semana encontrarei a medicação", disse Arivaldo dos Santos.
A demora na entrega dos medicamentos foi mais grave para a família de uma paciente, que não resistiu e morreu à espera do tratamento. De acordo com a irmã de dona Duzivânia dos Santos, apesar da doença, ela era bastante alegre. "Era animada, alegre, fazia tudo, era o braço direito da minha mãe", recorda Amália dos Santos.
Para o tratamento das crianças, a saída para os pais tem sido buscar ajuda em casas de apoio, a exemplo da Associação dos Voluntários a Serviço da Oncologia em Sergipe (Avosos). Mas, devido à grande demanda as instituições não sabem até quando irão conseguir atender a todos. "Praticamente a gente teve um aumento de 600 a 700% na solicitação de doações de medicamentos oncológicos para o hospital", afirmou Wilson Melo, gerente da Avosos.
"Se não fosse a casa de apoio talvez eu não conseguisse ver meu filho do jeito que está hoje", disse Antônio Jerônimo da Silva, pai de Enzo da Silva, que luta contra a doença.

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