Com paradinha, Bambas da Orgia encerra 1ª noite em Porto Alegre

Águia dourada e paradinha foram os destaques da apresentação bambista.
Escola foi a última a entrar na avenida no primeiro dia de desfiles da capital.

Caetanno Freitas Do G1 RS

Bambas da Orgia fez samba-enredo com significados do seu símbolo, a águia (Foto: Vanessa Silva/PMPA)

Última escola a entrar no Porto Seco na primeira noite de desfiles do carnaval de Porto Alegre, os Bambas da Orgia encerraram a noite de folia com um samba-enredo para recuperar a identidade da agremiação mais antiga da capital gaúcha. A águia, símbolo da escola, encantou o público que resistiu nas arquibancadas já no início da manhã deste sábado (9) e sofreu com a chuva.

A águia dourada em posição de ataque com 10 metros de envergadura chamou a atenção no abre-alas da escola. As garras afiadas e as asas abertas davam a nítida impressão de que a ave poderia se desprender do carro a qualquer momento. Para construir o ninho da águia, foram utilizados 78 sacos de cimento. O objetivo dos Bambas era tentar traduzir o significado da águia ao longo do desfile através das alegorias e fantasias expostas na avenida do Porto Seco.

   Por pelo menos duas vezes durante o desfile, a bateria e os puxadores de samba fizeram a tadicional paradinha no ritmo e deixaram o público cantar. As pessoas nas arquibancadas ecoaram o samba-enredo da escola que parecia ultrapassar os limites do Porto Seco.
E o refrão emocionou os bambistas: “Vou chorar ao ver desfilar / Meu amor maior / Sou Bambas da Orgia e levo a emoção / Da águia no meu coração”. Foram momentos marcantes na apresentação da escola, que certamente serão levados em conta pelos jurados na hora da apuração dos votos.
 Um fato curioso também chamou a atenção na passagem da bateria, antes do recuo. Enquanto erguia os braços, a madrinha de bateria, Kiriá Andrade, deixou à mostra o escudo do Internacional tatuado na parte interior do braço esquerdo. Os Bambas da Orgia são, históricamente, ligados ao Grêmio, maior rival do colorado no Rio Grande do Sul.
O carro Imponência do Poder, segundo a entrar na avenida, fez referência à águia como elemento da força, exércitos e conquistadores. Um elefante azul puxou a estrutura ao longo da avenida. Atrás, a terceira algoria remetia à primeira caravela portuguesa que conseguiu cruzar o temido Cabo das Tormentas, no extremo sul do continente africano.
O último carro, "Sou Bambas da Orgia e Trago a Emoção da Águia no Meu Coração, teve problemas no fim do desfile e teve de ser esviaziado. Com o imprevisto, a escola estourou o tempo e deve ser penalizada.