MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Com o fim do carnaval, catadores de latinha aproveitam para faturar


Em Pernambuco, época é propícia para venda do material para reciclagem.
Catadores enxergam o aumento das vendas como um ‘décimo terceiro’.

Do G1 PE

Quanto mais quente é a estação do ano, mais os catadores de latinha conseguem faturar. Com o calor do verão, o consumo de bebidas aumenta, e a renda desses trabalhadores também sobe. Em Pernambuco, o período do carnaval é considerado por eles o momento de fazer o ‘décimo terceiro salário’, como mostra reportagem do NETV 1ª Edição deste sábado (16).
Após a folia de Momo, aumenta bastante a venda de latinhas nos postos de coleta. O quilo do material sai por R$ 2,20. “Quem gosta de estar na folia arruma muita latinha. A gente trabalha com esse movimento e sabe que lucra. Agora também tem que ter muita coragem, porque a violência está demais”, afirma o reciclador Wellington Ferreira de Amorim.
Adailton Gomes tem 47 anos e juntou tantas latinhas que ficou difícil equilibrar tudo na cabeça. “Tem uns 10 a 15 quilos”, estimou o catador, sobre o peso do que conseguiu arrecadar. Pai de quatro filhos e há 20 anos sem emprego fixo, Adailton acredita que o dinheiro das latinhas é uma espécie de décimo terceiro, muito bem-vindo.
Em um posto de coleta no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, a quantidade de latinhas arrecadadas aumentou bastante. Só na semana do carnaval, 60 toneladas do produto foram conseguidas, o dobro do que é arrecadado durante um mês inteiro. “Todos lucram, ajuda bastante, muito mais de duas mil pessoas. É o melhor período, é como se fosse o Natal, o décimo terceiro “, reforçou Gustavo Henrique Cavalcanti, dono do depósito.
Só na Região Metropolitana do Recife, a estimativa é de que mais de 4 mil pessoas encontram trabalho e renda na reciclagem. Já o Brasil é o campeão mundial de reciclagem de latinhas de alumínio, há dez anos. Esse primeiro lugar na reciclagem traz benefícios econômicos, sociais e ambientais.
As montanhas de latinhas recicladas voltam para as indústrias, economizando novas matérias-primas e poupando energia elétrica. Em pouco tempo, elas retornam às prateleiras. “Desde a sua confecção até a prateleira, até o consumo, e depois com retorno para a indústria em forma de lata, são em torno de uns 30 dias. É pouco tempo, levando em consideração que é um material que tem um consumo um tanto aquecido nesse período do ano”, explicou Moacir Barbosa, que trabalha como supervisor do Centro de Coleta do Recife.
O alumínio pode ser reciclado infinitas vezes sem perder a qualidade. Atualmente, o país recicla 98% das latinhas que utiliza. “Quando você recicla  latinha, evita uma série de danos que se causa no meio ambiente para conseguir esse material. E o valor social é imenso, porque você consegue gerar uma renda substancial para os catadores , que estão na ponta da cadeia produtiva. Sem eles não existe reciclagem de latinha nem de qualquer outro material no Brasil”, finalizou o presidente da Associação Ambiente Preservar e Educar (Amape), Sérgio Nascimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário