MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Adolescente morre após injeções de produto veterinário


Jovem fez uso de anabolizante junto com outros amigos.
Caso é investigado pela Delegacia de Proteção ao Jovem e Adolescente.

Duaine Rodrigues Do G1 AC

 O jovem Jonas da Silva Lopes, de apenas 15 anos, morreu na manhã desta quinta-feira (21), após sete dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco, capital do Acre.
Ele foi vítima do uso de um produto veterinário conhecido como ADE, complexo vitamínico indicado apenas para uso em animais de grande porte, que estava sendo injetado no músculo por ele e outros sete amigos com o objetivo de obter resultados mais rápidos na busca pelo corpo perfeito.
Jonas começou a passar mal há cerca de duas semanas e foi levado à unidade de saúde, mas não resistiu as infecções. No velório, a família ainda estava bastante abalada.
"Droga é droga. Quando fui saber ele não tinha mais como resistir por causa da bactéria", lamenta a mãe do jovem, Raimunda Silva.
O pai da vítima, Jeremias Nascimento lamentou a morte prematura do filho.
"Eles compraram não sei onde, aplicaram de uma forma, com certeza, sem higiene, sem os cuidados necessários. O que estou sabendo é que tem uns amigos dele que tomaram (o produto) faz um mês e estão sentindo sintomas como fraqueza nas pernas, falta de ar, febre. A situação é essa", diz.
Um jovem de 16 anos, amigo da vítima, que também injetava o produto com certa frequência está assustado e temendo pela própria vida. Ele contou como obtinha o anabolizante e quem aplicava as doses.
"Quem fornecia era um homem e uma mulher no Bairro Estação Experimental. Nós mesmos que aplicávamos. Não vale a pena", diz.
Uso inconsequente
O médico veterinário Marcelo Garrido explica que além desse tipo de complexo (ADE) não ser indicado em nenhuma situação para o ser humano, o organismo do homem responde de maneira bastante diferente ao do animal quando em contato direto com a medicação em particular.
"Produtos da linha veterinária vêm com a condição específica para serem aplicados na espécie e por via subcutânea, endovenosa, intramuscular", esclarece.
Segundo Garrido, a consequência do uso da medicação por um ser humano depende de cada indivíduo.
"Essa medicação não é feita para ser humano, é feita para animais. Agora, a inconsequência do ser humano em administrar produtos veterinário em seres humanos cabe a quem está administrando e quem está se deixando ser administrado", alerta.
Polícia investiga
O caso da morte de Jonas da Silva está sendo investigado na Delegacia Especializada de Proteção ao Jovem e Adolescente.
"O caso é uma lesão corporal seguida de morte, ou seja um homicídio culposo, porque os adolescentes estão ingerindo esse tipo de substância pensando que isso é anabolizante e não é. Estamos examinando qual o enquadramento legal para realizarmos uma investigação profunda para esclarecermos tudo a respeito disso e também levar um alerta à população de Rio Branco, aos jovens e adolescentes da cidade para que não façam uso de tal substância", afirma o delegado Ari Régis.
Colaborou Débora Ribeiro, da TV Acre.

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