MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

'Qual o hospital que não falta', diz diretor sobre falta de medicamentos


Farmácia de Hospital Regional de Vilhena está praticamente vazia.
Gesso, material cirúgico e medicamentos estão em falta há 6 meses.

Larissa Matarésio e Andréia Machado Do G1 RO

Hospital Regional de Vilhena está sem material cirúrgico e medicamentos básicos (Foto: Andréia Machado/G1)Hospital Regional de Vilhena está sem material cirúrgico e medicamentos básicos (Foto: Andréia Machado/G1)
Gesso, luvas, faixas, roupas cirúrgicas e até antibióticos estão em falta no Hospital Regional de Vilhena (RO), segundo o Sindicato Médico de Rondônia. Sem remédios para tratar edema agudo de pulmão, insuficiência cardíaca e material básico para cirurgias ortopédicas, pacientes esperam por até quatro dias no hospital para receber atendimento ou realizar cirurgias. Funcionários denunciaram o caso ao Ministério Público Estadual e há pelo menos seis meses o problema vem se agravando. A farmácia da unidade está praticamente vazia e para o diretor da unidade, Adilson Rodrigues, a situação não é considerada grave.
Ao G1 Rodrigues disse que o hospital atende cerca de 180 pessoas apenas no setor de consultas. A falta de medicamentos é considerada normal. "Qual o hospital que não falta medicamento. Ainda mais aqui em Rondônia, já que os medicamentos vêm de fora?", indagou. Segundo o diretor, o problema se agrava no final do ano devido às licitações que precisam ser aprovadas para compra de medicamento no início do ano seguinte.
O hospital é a principal unidade de saúde do município. Os pacientes reclamam que a falta de medicamentos é comum. "Não tem escolha. Ou você compra ou fica sentindo dor", diz Valdirene Alves de Oliveira, auxiliar de serviços gerais.
Não tem escolha. Ou você compra ou fica sentindo dor"
Valdirene Alves
Valdirene foi até o hospital pela segunda vez em um mês pelo mesmo problema. Há quase 30 dias, ela passou mal, sentindo dor e febre e foi em busca de alívio no atendimento de emergência, mas o alívio não veio. "O médico receitou um remédio para febre, mas nem isso tinha no hospital. Tive que sair com dor para ir sozinha comprar o remédio na farmácia", conta. Menos de um mês depois, ela volta para a unidade. "Estou com os mesmos sintomas e provavelmente terei que comprar os remédios eu mesma, de novo", completa Valdirene.
Quem também procurouo hospital foi o agricultor José Silvestre Gomes. Há dois meses a tia dele, de 92 anos, apresentava anemia e precisava tomar vitaminas. "Logo depois de ser atendida e diagnosticada, os médicos já avisaram que não teriam o medicamento. Fizemos uma 'vaquinha' entre nós da família e compramos, porque ela estava muito fraca e precisava desses remédios.
A auxiliar de serviços gerais, Valdirene Alves, estava com febre e teve que comprar o medicamento na farmácia porque o hospital não tinha (Foto: Andréia Machado/G1 )A auxiliar de serviços gerais, Valdirene Alves teve
que comprar o medicamento, porque o hospital
não tinha (Foto: Andréia Machado/G1 )
O tratamento que durou várias semanas custou caro à família. Maria Aparecida dos Santos, tia de José, precisava tomar todos os dias uma injeção que cada ampola custava, em média, R$ 30. Eles tentaram conseguir o medicamento no hospital e em postos de saúde, mas não conseguiram.
A filha do vendedor Rogério Silva, de dois anos e meio foi atendida na semana passada e o diagnóstico foi inflamação na garganta. "Receitaram um antibiótico e me avisaram que não tinha na farmácia do hospital, então eu tive que comprar. O problema é que os sintomas não melhoraram e agora eu tive que voltar com ela até o hospital. Ela precisa de cuidados médicos", reclama Rogério que estava acompanhado da esposa.
O Sindicato Médico de Rondônia  acompanha o caso e já levou as denúncias aos órgãos competentes. "Não adianta ter um excelente profissional, se não há medicamento ou materiais adequados para tratar os pacientes. É preciso mudar essa situação", frisou Rodrigo Almeida, presidente do sindicato.
O MP em Vilhena recebeu as denúncias e apura o caso. De acordo com o diretor do hospital, as providências para a compra de medicamentos já foram tomadas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário