Farmácia de Hospital Regional de Vilhena está praticamente vazia.
Gesso, material cirúgico e medicamentos estão em falta há 6 meses.
Hospital Regional de Vilhena está sem material cirúrgico e medicamentos básicos (Foto: Andréia Machado/G1)
Gesso, luvas, faixas, roupas cirúrgicas e até antibióticos estão em
falta no Hospital Regional de Vilhena (RO), segundo o Sindicato Médico
de Rondônia.
Sem remédios para tratar edema agudo de pulmão, insuficiência cardíaca e
material básico para cirurgias ortopédicas, pacientes esperam por até
quatro dias no hospital para receber atendimento ou realizar cirurgias.
Funcionários denunciaram o caso ao Ministério Público Estadual e há pelo
menos seis meses o problema vem se agravando. A farmácia da unidade
está praticamente vazia e para o diretor da unidade, Adilson Rodrigues, a
situação não é considerada grave.Ao G1 Rodrigues disse que o hospital atende cerca de 180 pessoas apenas no setor de consultas. A falta de medicamentos é considerada normal. "Qual o hospital que não falta medicamento. Ainda mais aqui em Rondônia, já que os medicamentos vêm de fora?", indagou. Segundo o diretor, o problema se agrava no final do ano devido às licitações que precisam ser aprovadas para compra de medicamento no início do ano seguinte.
O hospital é a principal unidade de saúde do município. Os pacientes reclamam que a falta de medicamentos é comum. "Não tem escolha. Ou você compra ou fica sentindo dor", diz Valdirene Alves de Oliveira, auxiliar de serviços gerais.
Não tem escolha. Ou você compra ou fica sentindo dor"
Valdirene Alves
Quem também procurouo hospital foi o agricultor José Silvestre Gomes. Há dois meses a tia dele, de 92 anos, apresentava anemia e precisava tomar vitaminas. "Logo depois de ser atendida e diagnosticada, os médicos já avisaram que não teriam o medicamento. Fizemos uma 'vaquinha' entre nós da família e compramos, porque ela estava muito fraca e precisava desses remédios.
A auxiliar de serviços gerais, Valdirene Alves teve
que comprar o medicamento, porque o hospital
não tinha (Foto: Andréia Machado/G1 )
O tratamento que durou várias semanas custou caro à família. Maria
Aparecida dos Santos, tia de José, precisava tomar todos os dias uma
injeção que cada ampola custava, em média, R$ 30. Eles tentaram
conseguir o medicamento no hospital e em postos de saúde, mas não
conseguiram.que comprar o medicamento, porque o hospital
não tinha (Foto: Andréia Machado/G1 )
A filha do vendedor Rogério Silva, de dois anos e meio foi atendida na semana passada e o diagnóstico foi inflamação na garganta. "Receitaram um antibiótico e me avisaram que não tinha na farmácia do hospital, então eu tive que comprar. O problema é que os sintomas não melhoraram e agora eu tive que voltar com ela até o hospital. Ela precisa de cuidados médicos", reclama Rogério que estava acompanhado da esposa.
O Sindicato Médico de Rondônia acompanha o caso e já levou as denúncias aos órgãos competentes. "Não adianta ter um excelente profissional, se não há medicamento ou materiais adequados para tratar os pacientes. É preciso mudar essa situação", frisou Rodrigo Almeida, presidente do sindicato.
O MP em Vilhena recebeu as denúncias e apura o caso. De acordo com o diretor do hospital, as providências para a compra de medicamentos já foram tomadas.
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