MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Pequenos agricultores ajudam a preservar milho indígena no México


Em Oaxaca fica a maior concentração de raças de milho crioulo do país.
Milho é o alimento fundamental no dia a dia dos mexicanos.

Do Globo Rural

O milho é um dos alimentos mais consumidos em todo o planeta. A produção mundial chega a quase 840 milhões de toneladas por ano. O México é o berço do milho. O trabalho de preservação do milho indígena envolve pequenos agricultores do grão que é o alimento fundamental no dia a dia dos mexicanos.
Os grupos de mariachis, músicos tradicionais mexicanos, se apresentam na praça Garibaldi, na Cidade do México, capital do país. Quando a fome aperta, o alimento é a tortilla, à base de milho.
O milho está presente na vida dos mexicanos do nascimento até a morte. Muitos altares são preparados No dia dos mortos, uma das datas mais importantes do país. Os mexicanos acreditam que os espíritos voltam e celebram com os vivos. Por isso, os altares expõem as comidas preferidas dos parentes que já morreram. E lá não faltam o chamado 'pão de morto', o milho e as tortillas.
Ao sul do país, Oaxaca é um dos estados mais indígenas do México. É no estado de Oaxaca que fica a maior concentração de raças de milho crioulo no México. Das 59 raças registradas, 35 estão por lá. O agrônomo Flávio Aragon, do INIFAP, Instituto Nacional de Investigações Florestais, Agrícolas e Pecuárias, uma espécie de Embrapa do México, trabalha há cerca de 15 anos na preservação desse milho ancestral.
Na estação experimental, Flávio mostra o material que coletou junto aos agricultores. São plantas com quatro metros de altura. A capacidade de adaptação do milho a diferentes ambientes gera as variações. Outro fator importante é o tipo de reprodução da planta: a polinização cruzada. O pólen que sai do pendão, a parte masculina do milho, pode voar e polinizar uma planta a metros de distância.
O agrônomo tenta preservar e aprimorar essa riqueza no campo, através de um projeto de melhoramento participativo. O programa comandado por Flávio busca manter a diversidade. Para a conservação em seu local de origem, o agrônomo selecionou raças de milho consideradas importantes e agricultores que se tornaram guardiães das sementes.
O agricultor Leonardo Benito, de 65 anos, é um dos guardiães das sementes de milho crioulo e recebe orientação dos agrônomos e fertilizantes para melhorar a terra.

No México, o milho é o pão dos mexicanos e sem ele, não se pode viver. Sem milho não há país. É o sentimento dos mexicanos resumido em uma frase.

A riqueza do milho crioulo do México está na diversidade das sementes que atravessaram milênios resistindo e se adaptando às mudanças. O milho indígena, do passado, pode ajudar na geração de um milho do futuro, mais produtivo e rico em nutrientes.

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