MEDIÇÃO DE TERRA

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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Moradores devem desocupar reserva indígena de MT em até dois dias


Metade da população já saiu da área, segundo a Associação de Produtores.
Moradores alegam falta de alimentos e medicamentos na comunidade.

Do G1 MT

Agentes da Força Nacional de Segurança usaram bombas de gás para cercar vilarejo (Foto: Agência da Notícia)Agentes da Força Nacional de Segurança usaram bombas de gás para cercar vilarejo (Foto: Agência da Notícia)
Faltando dois dias para o fim do prazo de retirada das famílias do Distrito de Posto da Mata, em Alto Boa Vista, a 1.064 quilômetros de Cuiabá, aproximadamente metade da população já desocupou o povoado, de acordo com a Associação dos Moradores da Gleba Suiá Missú. No entanto, as forças de segurança que atuam na operação não souberam informar quantas pessoas saíram até esta quarta-feira (2). A desocupação da reserva indígena Marãiwatsédé iniciou no dia 10 de dezembro do ano passado. As famílias devem sair da área até a sexta-feira (4).
A retirada segue de forma pacífica e, conforme a PRF, os moradores que não saírem após o prazo estabelecido terão os bens confiscados pela Justiça e devem responder pelo crime de desobediência. De acordo com Associação, muitos ainda aguardam a chegada de caminhões para retirar os pertences.
Na área em conflito faltam alimentos e medicamentos, segundo o membro da Associação dos Moradores, José Melo. "Está muito difícil a situação aqui, mas todos vão sair. As pessoas estão desmanchando suas casas para irem embora", declarou o morador.
No domingo (30), um novo conflito entre homens da Força Nacional e os não-índios marcaram o processo de retirada. Os moradores relataram que, de um helicóptero, os agentes federais soltaram bombas de gás lacrimogênio no povoado, porém, tanto a Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, que integram a Força Nacional, alegaram desconhecer o ato.
Funai diz que após queimar veículo, moradores roubaram alimentos dos índios (Foto: Rogério Freitas)Funai diz que após queimar veículo, moradores
roubaram alimentos dos índios
(Foto: Rogério Freitas)
Utilizado para transportar cestas básicas para uma aldeia indígena da região, um caminhão da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) foi incendiado na sexta-feira (28) pelos produtores. Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), após o ato de vandalismo os alimentos foram roubados. Não houve registros de feridos durante a ação.
O cumprimento dos mandados de desocupação está sendo feito entre oficiais de justiça, equipes da Força Nacional - Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e Exército - além de representantes do governo federal. Desde então, vem ocorrendo vários conflitos entre os não-índios e policiais.
Revoltados, os moradores fecharam as BR-158 e MT-242, principais rotas de acesso aos municípios de Alto Boa Vista, Confresa e Porto Alegre do Norte. O tráfego de veículos ficou prejudicado.
Terra em conflito
A área em disputa tem uma extensão de aproximadamente 165 mil hectares. De acordo com a Funai, o povo xavante ocupa a área Marãiwatsédé desde a década de 1960. Nesta época, a Agropecuária Suiá-Missú instalou-se na região. Em 1967, índios foram transferidos para a Terra Indígena São Marcos, na região sul de Mato Grosso, e lá permaneceram por cerca de 40 anos, segundo o órgão.

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