Alexsandra diz que órgão não entrega documentos ao governo americano.
Ela afirma que, 45 dias depois, ainda não sabe por que filha foi detida.
Alexsandra da Silva diz que filha viajou com passaporte e visto válidos (Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo)
A mãe da garota detida
desde o fim de novembro em um abrigo de adolescentes em Miami, nos
Estados Unidos, criticou nesta quinta-feira (10) a atuação do
Consulado-Geral do Brasil na cidade americana. Alexsandra Silva afirmou
ao G1 que o órgão não agiliza a entrega de documentos
ao governo americano que comprovam parentesco da garota com uma tia-avó
que reside nos Estados Unidos. Essa tia-avó é a única pessoa capaz de
realizar visitas à jovem no momento.“O consulado não está ajudando. Minha filha não quer a visita do consulado. Quer a visita da minha tia. Ela precisa sentir segurança”, disse por telefone a balconista de 36 anos que reside no Rio Pequeno, na Zona Oeste de São Paulo.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores reafirmou que o Consulado-Geral do Brasil em Miami tem mantido contato constante com as autoridades americanas e tomado todas as providências cabíveis. E também que realiza visitas periódicas à garota.
A balconista reclama também que não recebe uma informação concreta sobre o motivo pelo qual a adolescente está detida. Ela conta que, a pedido do consulado feito no dia em que a jovem foi detida (27 de novembro), mandou para os Estados Unidos um documento assinado por tradutor juramentado indicando que a tia é a guardiã da jovem no país. Isso, no entanto, não foi capaz de resolver a situação.
Revolta
Diferentemente de um adulto, que poderia ser deportado imediatamente em caso de irregularidade, a garota terá de esperar a decisão de um juiz americano da área da infância e do adolescente. Uma audiência está marcada para o dia 31 de janeiro, o que significa que a jovem ficará mais de dois meses sob responsabilidade do governo americano. Segundo Alexsandra, a expectativa é que, após a audiência, a garota seja deportada.
“A revolta é que minha filha ficou presa esse tempo todo para nada. Ela perdeu os sonhos dela, de conhecer os parques [de Orlando]. Ficou esse tempo todo para depois mandarem ela de volta para o Brasil”, disse. A jovem ficaria no país com a tia até o dia 26 de maio.
Ela criticou também a burocracia do governo americano. "O brasileiro adora fazer viagem para o lado de lá. Se eu soubesse que era essa burocracia, jamais deixaria ela viajar”, afirmou.
A jovem contou à mãe por telefone que vai a aulas de inglês pela manhã no abrigo. Às vezes fica no pátio, e outras vezes, trancada no quarto. “É coisa pra gente presa mesmo”, afirmou Alexsandra. Ela diz ainda que filha “passou a ser triste” e que já não quer ficar nos Estados Unidos, mesmo que a Justiça daquele país permita.
O Consulado dos Estados Unidos em São Paulo afirmou que não poderia passar informações sobre o caso em razão de se tratar de uma menor de idade.
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