MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Escolas já haviam investido cerca de R$ 2,5 milhões em carnaval de 2013


Agremiações de Florianópolis estavam com 60% do trabalho pronto.
Funcionários foram demitidos e não há perspectiva para reinício.

Géssica Valentini Do G1 SC
Desfiles de 2013 foram cancelados e barracões fechados (Foto: Géssica Valentini/G1)Desfiles de 2013 foram cancelados e barracões fechados (Foto: Géssica Valentini/G1)
Assim que a decisão de não realizar os desfiles neste ano foi tomada, os barracões das escolas de samba de Florianópolis foram fechados.  As cinco escolas do grupo especial estavam com cerca de 60% dos desfiles prontos e, segundo o presidente da Liga das Escolas de Samba (Liesf), Zeca Machado, cada agremiação havia investido pelo menos R$ 500 mil.
Com as portas fechadas e os funcionários demitidos, as escolas aguadam novas parcerias para reiniciar os trabalhos, além de pagar as dívidas contraídas neste ano.  Nesta quarta-feira (16), o presidente da Liesf afirmou que os enredos serão considerados inéditos para serem utilizados no carnaval de 2014 e os diretores e presidentes garantem que o trabalho não está perdido, mas que ainda há muito o que ser feito.
A União da Ilha da Magia, vencedora do carnaval de 2012, trará como enredo 'Da Lagoa à Jamaica, Uma viagem ao lado do Rei", sobre o músico Bob Marley. Segundo o presidente da escola, a notícia do cancelamento dos desfiles foi uma decepção. “Iniciamos os trabalhos em agosto e tínhamos entre 60% e 70% do desfile praticamente elaborado. Contamos com as parcerias, que já eram feitas há oito anos, e ficamos com uma dívida de R$ 550 mil. Nossa preocupação agora é como solucionar isso. Mas vamos avaliar como profissionalizar ainda mais para, no próximo ano, não depender tanto dos governos municipal e estadual e assim garantir que isso não irá mais acontecer”, afirmou ele.
Barracões nas escolas de samba de Florianópolis estão fechados  (Foto: Géssica Valentini/G1)Barracões nas escolas de samba de Florianópolis
estão fechados (Foto: Géssica Valentini/G1)
O diretor de Carnaval da Embaixada Copa Lord, Dóri, afirma que a escola acreditou que o desfile pudesse ser realizado até receber a notícia. A Copa Lord preparou o enredo 'Quem você pensa que é, sem a força da mulher? Copa Lord saúda Dona Uda, as mulheres do morro e as mulheres do mundo'. Dona Uda é líder comunitária e viúva de um dos fundadores da escola.
"Estamos com um prejuízo de aproximadamente R$ 300 mil, pois acreditávamos no desfile até o fim, por isso contratamos pessoas de Florianópolis e até de Parintins. Depois da notícia, tivemos que demiti-los. A falta de recursos municipais e estaduais foram a causa, sendo que já há um valor específico para a cultura, que não pode ser transferido para outras áreas. Infelizmente, não vamos continuar o trabalho. Vamos paralisar agora e vamos retomar o processo a partir do momento que tivermos uma garantia", afirmou o diretor de carnaval.
O enredo da escola Coloninha é 'Mãe cuidadosa que forma cidadãos, Coração terno, que responsabiliza, Braço forte! Mas amigo...', sobre os 178 da Policia Militar de Santa Catarina. O presidente da escola, Dilson Oliveira, diz que o desfecho foi uma surpresa. "Nós investimos na escola, investimos na comunidade e fomos pegos de surpresa. A tristeza é grande, mas vamos à luta e trabalhar para 2014", contou.
Com o enredo 'O Divino Zumblick', sobre o artista plástico tubaronense Willy Alfredo Zumblick, a Protegidos da Princesa também lamenta a falta dos desfiles. "O Carnaval de 2013 é um sonho que acabou, não tem mais volta. Não tem como ir para dentro das comunidades e fazer festa, fazer isto e aquilo. A alegria da passarela foi encerrada nesse comunicado", argumentou.
Já a Consulado do Samba tem como enredo 'Ashantis, a força que vem do berço', que conta a história do Império Ashanti, uma confederação de reinos que se desenvolveu na África Ocidental nos séculos XVIII e XIX. A escola não se pronunciou sobre o cancelamento dos desfiles.
Para o próximo ano, segundo o presidente da Liesf, o objetivo é tornar a Liga das Escolas de Samba independente do poder público, o que facilitaria a captação e a administração dos recursos. "Temos que construir um modelo de Carnaval como ocorre no Rio de Janeiro, em que as escolas tem mais autonomia e não dependem da Prefeitura e outros órgãos públicos. Vamos pedir a administração da Passarela Nego Quirido, para que não tenhamos apenas alguns dias antes do Carnaval, mas durante todo o ano", diz.

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