MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

'Ele ouvia vozes', diz irmão de rapaz detido por violar túmulo da mãe


Homem de 30 anos disse que mãe morta em 2011 queria ser desenterrada.
Ele deixou delegacia de Barra do Garças porque sofre transtornos mentais.

Dhiego Maia Do G1 MT

Homem diz que tentou violar cova da mãe ao ouvir vozes dela pedindo socorro (Foto: TV Serra Azul)Homem diz que tentou violar cova da mãe ao ouvir vozes dela pedindo socorro (Foto: TV Serra Azul)
“Vamos lá que a mãe está viva”. Foi isto que o auxiliar de serviços gerais, Inácio da Silva do Carmo, de 44 anos, ouviu do irmão antes de sair para o trabalho nesta quarta-feira (9), em Barra do Garças, a 516 quilômetros de Cuiabá. Assim que o auxiliar saiu de casa, Abraão do Carmo, de 30 anos, pegou uma pá e partiu rumo ao cemitério municipal localizado a apenas 300 metros de distância da residência da família.
No local, ele passou a desenterrar o corpo da mãe, que morreu em abril do ano passado.  O caixão só não foi retirado da cova porque o zelador do cemitério comunicou o fato à Polícia Militar. Detido pela polícia, o rapaz disse que estava apenas atendendo a um pedido da mãe. Ele afirmou que ouvia vozes constantemente da idosa que suplicava para ser desenterrada.
“Nós percebemos que ele tinha problemas mentais. Ele não conseguiu nem dizer direito o que estava fazendo no cemitério”, disse o delegado Adilson Gonçalves de Macedo.
O irmão do rapaz contou ao G1 que Abraão era muito apegado à mãe que, antes de morrer, tentou sem sucesso encontrar um lugar para o filho receber tratamento psiquiátrico. “Ele ficou nesta situação depois que separou de uma mulher. Ele perdeu os sentidos depois disso e mora comigo desde que ficou sozinho”, revelou o auxiliar de serviços gerais.
Pela proximidade da casa com o cemitério, nos últimos dias, a família de Abraão notou várias idas dele ao local. “Ele sempre estava lá (cemitério). Se a gente não deixa ele ir, fica pior”, afirmou Inácio. “Ele disse que as vozes aumentaram e sempre diziam que nossa mãe estava viva dentro do caixão”, acentuou.
O delegado municipal afirmou ao G1 que o rapaz não será autuado por violação de túmulo porque não tem condições de responder pelos próprios atos. Na delegacia, o irmão de Abraão assinou um Termo de Entrega e Compromisso. O G1 entrou em contato com a unidade do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) em Barra do Garças que informou que o rapaz poderá receber atendimento psicológico se for levado pela família ao local.

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