Duas toneladas de lixo hospitalar e remédios são achadas em lixão do AM

Medicamentos dentro do prazo de validade foram descartados no lixo.
Órgãos irão investigar responsabilidade também por crime ambiental.

Adneison Severiano Do G1 AM

Remédios foram encontrados no lixão de Manaquiri (Foto: Simone Pires/TV Amazonas)

Aproximadamente duas toneladas de medicamentos no prazo de validade e vencidos, material cirúrgico e lixo hospitalar foram encontrados enterrados no lixão do município de Manaquiri, distante 60,25 km de Manaus. A irregularidade foi descoberta na segunda-feira (7) pela atual gestão da Prefeitura de Manaquiri. Responsabilidade pelo crime ambiental e do descarte dos remédios serão investigados.
De acordo com o atual vice-prefeito Jair Becil (PSDB), o material foi encontrado por equipes da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente durante trabalhos no lixão da cidade. Ao iniciar a remoção do lixo, que estava acumulado nas proximidades da pista, os tratores trouxeram parte dos medicamentos.
"Visualmente o material deve ter duas toneladas, porque está dentro de uma vala enterrado provavelmente pela administração passada. No local, encontramos lixo hospitalar, medicamentos vencidos e dentro do prazo de validade. Paralisamos os trabalhos ao constatar a irregularidade e acionamos o Ministério Público Estadual, a Polícia Civil, a Secretaria de Meio Ambiente e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para averiguarem as responsabilidades", revelou Jair Becil.

Material foi descartado de maneira incorreta (Foto: Simone Pires/TV Amazonas)

Além do desperdício de recursos públicos, há indícios de crime ambiental, pois o local era utilizado para o descarte de lixo hospitalar. "Não é adequado jogar esse lixo hospitalar em lixeiras, pelas normas esse tipo de material deve ser incinerado. Por isso, interrompemos os trabalhos no lixão e também esse tipo de lixo precisará ser removido de forma adequada", enfatizou o representante da prefeitura.
Em Manaquiri, existem duas unidades de saúde, sendo uma gerenciada pela Prefeitura e outra pelo Governo do Estado do Amazonas. "A direção da unidade municipal já está passando a responsabilidade para estadual e vice-versa. A polícia que tem que verificar a origem dessa medicação através da identificação das embalagens", afirmou o vice-prefeito.
O G1 procurou o ex-prefeito de Manaquiri e presidente da Associação Amazonense de Municípios (AAM), Jair Souto (PMDB). A equipe foi informada por funcionários da AMM de que ele está em Tefé, município 520 km distante da capital. Jair não atendeu as ligações no número de celular fornecido pela entidade.
A Secretaria de Estado de Saúde (Susam) informou que o diretor da Unidade mista de Manaquiri - unidade estadual de saúde do município - está a caminho da cidade para apurar o ocorrido.

Parte dos medicamentos estava dentro do prazo de validade (Foto: Simone Pires/TV Amazonas)