MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Criança aguarda por cirurgia de risco há 1 ano após ingerir produto químico


Rhayanni Yasmim é de Jaru, RO, e teve o esôfago corroído pelo amoníaco.
Pai aguarda a transferência da filha para um hospital de São Paulo ou Brasília.

Vanessa Vasconcelos Do G1 RO

Rhayanni Yasmim sofreu lesão no esôfago após ingerir amôniaco. (Foto: Arquivo pessoal/Divulgação)Rhayanni Yasmim sofreu lesão no esôfago após
ingerir amôniaco. (Foto: Arquivo pessoal/
Divulgação)
Há cerca de um ano, o ex-auxiliar de serviços gerais, Marcos Silva Gomes, morador do município de Jaru (RO), vive entre idas e vindas em hospitais com a filha, a pequena Rhayanni Yasmim, de 2 anos, que teve o esôfago corroído após ingerir amoníaco. A crianças não consegue se alimentar por via oral, sendo necessária a realização de uma traqueostomia. O pai aguarda a transferência da filha para um hospital fora do estado, para a realização de uma cirurgia.
De acordo com Francisca Odalice da Silva, ex-coordenadora da Central de Regulação de Alta Complexidade em Rondônia, que acompanha o caso desde o início, a cirurgia de Rhayanni é de média complexidade e que por este motivo não é contemplado pelo programa do Governo Federal.
“Como não tem condições dessa cirurgia ser realizada aqui em Rondônia entramos em contato com hospitais de outros estados para ver a possibilidade de receberem a criança para a cirurgia”, explica Odalice.
Foram contatados dois hospitais, o Hospital São Paulo no estado de São Paulo, e o Hospital de Base de Brasília (DF). A expectativa é de que uma resposta positiva seja dada em breve, diz Odalice.
O caso
Marcos conta que o acidente aconteceu em janeiro de 2011 quando a filha estava aprendendo a andar. Rhayanni ingeriu uma pequena quantidade da solução química amônia, o que causou danos, principalmente, na boca e no esôfago da criança. “A boca sarou, mas quatro meses depois um terço do esôfago da minha filha já estava fechado”, relata o pai. Segundo ele, a sequela só foi descoberta quando a filha começou a vomitar toda a comida que ingeria.
Uma cirurgia foi realizada no Hospital de Base Ary Pinheiro em Porto Velho, a fim de reparar o dano, mas houve complicações. “Foram mais de 30 dias na UTI [Unidade de Terapia Intensiva], como ela só respirava por aparelho, acabou lesionando a traqueia”, relata Marcos.
O pai conta que, na ocasião, o hospital desistiu de tentar um outro procedimento, alegando falta de condições técnicas, sendo necessária a transferência de Rhayanni para uma unidade de saúde fora do estado. Desde então, a família aguarda uma vaga no Sistema Único de Saúde dos estados de São Paulo ou Brasília.
Na última internação, Rhayane e o pai passaram 160 dias no hospital. No dia 22 de dezembro de 2012, a criança recebeu alta de 20 dias e voltou para casa, mas com a rápida perda de peso, deve retornar ao HB de Porto Velho antes do previsto. A única alimentação que a criança recebe através da sonda é leite, enriquecido com componentes nutritivos, preparado por Marcos, sob orientação médica.
Rhayanni Yasmim sofreu lesão no esôfago após ingerir amôniaco. (Foto: Arquivo pessoal/Divulgação)Após quase 30 dias na UTI, respirando por
aparelho, a criança teve a traquéia lesionada.
(Foto: Arquivo pessoal/Divulgação)
Marcos conta que teve que largar o emprego e, desde então, vive dentro do hospital com a filha e sobrevive de doações. “Eu devia supermercado, farmácia, e as pessoas acabaram perdoando minhas dívidas”, conta o pai, que garante que a ajuda que recebe é suficiente para seguir em busca do tratamento da filha. “Tudo o que precisamos é dessa cirurgia, pois minha filha estando boa, eu consigo correr atrás e retomar a nossa vida”, finaliza Marcos.

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