MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Caldinho é o tira-gosto mais tradicional nas praias do Recife


Feijão, camarão e peixe são os sabores mais tradicionais.
Banhistas e comerciantes alertam para a importância da higiene.

Katherine Coutinho Do G1 PE

Caldinho de feijão, camarão e peixe não podem faltar. (Foto: Katherine Coutinho/G1)Caldinhos de feijão, camarão e peixe não podem faltar, com
direito a acompanhamentos (Foto: Katherine Coutinho/G1)
O sol e o calor do verão, somados às férias, significam finais de semana com praia lotada para muita gente. E para um dia na beira do mar, qual o melhor tira-gosto? Pelo menos no Recife, o caldinho, seja ele de feijão, camarão, peixe, feijoada ou mesmo 'cabeça de galo' é o preferido dos frequentadores da Praia de Boa Viagem. Cadastrados pela Prefeitura, os vendedores e suas garrafas térmicas percorrem a orla, fazendo a alegria dos clientes.
O microempresário Hélio Soares mudou-se de São Paulo para o Recife há 15 anos e admite ter estranhado no começo, mas depois se tornou um dos adeptos do caldinho. “Eu resistia, com medo até da questão limpeza mesmo. Quando você frequenta, começa a perceber quem faz direito, a higiene. Depois que acostuma, vir à praia e não tomar caldinho não é vir à praia”, explica Hélio.
Jorge lembra os cuidados com produtos. (Foto: Katherine Coutinho/G1)Vendedor de caldinho há 20 anos, Jorge lembra
que é preciso ter cuidados com acompanhamentos
(Foto: Katherine Coutinho/G1)
O tradicional caldinho recifense, seja de que sabor for, é sempre acompanhado por, pelo menos, ovo de codorna, charque bem passada e torresmo, além de milho e azeitona para aqueles que gostam. O armazenamento dos acompanhamentos é tão importante quanto o do caldinho, afirma o vendedor Jorge Marinho, que comercializa a iguaria há 20 anos em Boa Viagem. “Tem que guardar o ovo e o milho em uma térmica, para não estragar, além de manter tudo fechado, para não cair mosca”, avisa.
Alguns vendedores preferem manter um ponto único e trabalhar atendendo aos clientes que ficam embaixo dos guarda-sóis. É o caso de José Carlos da Silva, mais conhecido como Legal, do ‘Caldinho do Legal’.  Legal, a esposa, Priscila Santos, e outros parentes trabalham uniformizados, com camisas rosas que são reconhecidas de longe. “Eu vendo o exclusivo caldinho ‘cabeça de galo’, você não vai encontrar ninguém que venda”, garante Legal, agitando a equipe para atender aos clientes.
Caldinho do Legal, Boa Viagem. (Foto: Katherine Coutinho/G1)José Carlos da Silva, do Caldinho do Legal, reúne quase toda a família para vender caldinho em Boa Viagem (Foto: Katherine Coutinho/G1)
No domingo, eles vendem, juntos, pelo menos 80 litros de caldinho; na sexta-feira, o volume é menor, em média 50 litros. Independentemente da quantidade, o que importa é ter bom humor na hora de vender. "A gente tem é que atender os clientes, conquistar", diz a cunhada de Legal, Josilda Maria da Silva.
Durante as férias, a família de José Carlos vai quase inteira para a praia vender os caldinhos. “Quando não estamos aqui, estamos em casa limpando e preparando as coisas para trazer", explica. Apesar de Legal ficar à frente das vendas, quem toma conta dos caldinhos e dos ingredientes, sempre atenta à higiene e reposição dos complementos, é a esposa dele, Priscila. “Alguém tem organizar”, resume a mulher.
Gustavo Ribeiro sempre repara na forma como caldinho é servido. (Foto: Katherine Coutinho/G1)Gustavo Ribeiro sempre repara na forma como o caldinho é
servido (Foto: Katherine Coutinho/G1)
Nos dias de folga, o policial militar Gustavo Ribeiro aproveita para ir relaxar na praia. Fã do caldinho de camarão, ele dá a dica para os desconfiados. “Você tem que observar como o vendedor prepara o caldinho na sua frente. Só nisso dá para perceber se o cara tem ou não higiene. Eu venho sempre no mesmo lugar da praia, costumo comprar com a mesma pessoa, mas estou sempre atento”, garante o policial.
Apaixonada por caldinho de feijão, a engenheira Isabelle Souza garante que o calor não é impedimento algum. “É só tomar depois um refrigerante ou uma cerveja”, acredita Isabelle. A nutricionista Carolina Morais admite que nem ela resiste a um bom caldinho. “Quando meus primos de Teresina [PI] vieram, acharam estranho, mas ficaram sentido falta depois. Sempre que vêm para cá, querem ir a praia tomar caldinho”, entrega Carolina.
Rodribo Gomes e Carolina Morais. (Foto: Katherine Coutinho/G1)Rodrigo Gomes e Carolina Morais: adeptos do
caldinho e do amendoim (Foto: Kath Coutinho/G1)
Além do caldinho, o empresário Rodrigo Gomes lembra que não pode faltar o ‘amendoim cozinhado’. Ele e Carolina aproveitam tanto o caldinho quanto o amendoim no dia de folga. “Além de ser gostoso, tem a questão da fome que dá mesmo, o caldinho alimenta. E o amendoim cai bem também”, garante Rodrigo. "Alimenta bem mesmo, um caldinho resolve a fome na praia", acredita o estudante Williamis Silva.
Em Boa Viagem, um caldinho custa entre R$ 3 e R$ 7, dependendo do tamanho do copo. O amendoim cozinhado na água e sal e o ovo de codorna, também tradicionais na praia, custam, em média, R$ 3 o saquinho. Para os mais desconfiados, a dica é o queijo de coalho na brasa, vendido também por ambulantes, que custa R$ 3, em média, e o abacaxi, que tem o mesmo valor.
Ovo de codorna, amendoim, castanha: tem para todos os gostos na Praia de Boa Viagem. (Foto: Katherine Coutinho/G1)Ovo de codorna, amendoim, castanha: tem petiscos para todos os gostos na Praia de Boa Viagem. (Foto: Katherine Coutinho/G1)

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