MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 22 de dezembro de 2012

Praga de cochonilha deixa cidade do interior do RN em calamidade


Plantações de palma forrageira estão sendo devastadas em Equador.
Em época de seca, planta é utilizada por produtores para alimentar o gado.

Rafael Barbosa Do G1 RN

Proliferação da cochonilha-do-Carmim tem devastado os cultivos de palma no município de Equador (Foto: Rafael Barbosa/G1)Proliferação da cochonilha-do-Carmim tem devastado os cultivos de palma no município de Equador
(Foto: Rafael Barbosa/G1)
Uma praga que está se espalhando pelas plantações de palma forrageira na região Seridó do Rio Grande do Norte fez com que o Governo do Estado decretasse estado de calamidade em Equador, cidade distante 269 quilômetros de Natal. De acordo com o coordenador do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Rio Grande do Norte (Idiarn) na região, Renato Dias Maia, a proliferação da cochonilha-do-Carmim tem devastado os cultivos de palma no município. Em períodos de seca - como o que está ocorrendo atualmente -, a palma forrageira é utilizada por criadores para alimentar o gado.
Segundo os dados das pesquisas realizadas pelo Idiarn, em 60 das 96 plantações da palma forrageira (que é um cactáceo) existentes em Equador foi identificada a presença do inseto. Geovan Batista, técnico agropecuário do Instituto, explicou ao G1 que a cochonilha suga toda a seiva da planta, provocando a morte. “E isso ocorre rápido, em cerca de 2 meses toda a plantação se perde”, disse.
Manoel Pedro Filho, de 66 anos, teve quase a totalidade de sua plantação de palma infestada pela cochonilha. Ele tem cerca de 2 hectares plantados em um sítio na zona rural do município, mas já foi informado pelo Idiarn que perderá o plantio. Manoel utiliza a palma forrageira para alimentar as sete vacas que possui. "Antes eram 30, mas algumas morreram. As outras eu vendi", contou o agricultor. Os animais são utilizados por Manoel basicamente para a subsistência. "Mas vou ver se consigo engordar elas pra vender, porque assim não dá jeito", reclamou.
Agricultor Manoel Pedro Silva olha desolado para a plantação perdida (Foto: Rafael Barbosa/G1)Agricultor Manoel Pedro Filho olha desolado para a plantação perdida (Foto: Rafael Barbosa/G1)
O secretário da Agricultura da Pecuária e da Pesca do RN (Sape), José Simplício Holanda, explica que no Rio Grande do Norte a palma forrageira é utilizada basicamente para a alimentação do gado - principalmente durante as estiagens. A proliferação de cochonilha prejudica o cultivo do vegetal, porque a produção de Carmim não interessa aos produtores potiguares.
De acordo com o titular da Sape, o inseto é usado comumente os países da América Central na produção de Carmim, pigmento natural utilizado no mercado de tinturas. “Lá, eles utilizam a palma como substrato para as crianções de cochonilha”, esclareceu Holanda. “Esses insetos se alimentam da planta para produzir naturalmente o pigmento”, acrescentou.

O técnico Geovan Batista afirmou que a cochonilha chegou ao Nordeste brasileiro pelo estado de Pernambuco. “Um agropecuarista a trouxe do México, e este inseto se reproduziu”, disse. Segundo ele, a cochonilha chegou ao RN através da divisa com a Paraíba, que também sofre com a peste. “Como Equador fica situada na região próxima à divisa com o estado paraibano, acabou sendo a cidade mais afetada”, esclareceu.

Combate

O Idiarn e o Governo do Estado temem a proliferação do inseto nos demais municípios produtores de palma forrageira. O plano de ação proposto após o decreto de calamidade prevê, segundo o secretário José Simplício, a erradicação da praga através da incineração das plantações. “É a forma mais viável de se combater o inseto”, alegou.

Além disso, também está prevista a reposição da vegetação perdida pelos produtores. “Vamos plantar uma palma geneticamente mais resistente ao inseto”, assegurou o secretário.

De toda forma, José Simplício lembra que é importante que os produtores não comercializem as palmas que fazem parte de plantações que foram atingidas pela praga, para que a cochonilha não se espalhe pelas demais regiões do estado. “Vamos fazer fiscalizações nas entradas e saídas de Equador para impedir que isso ocorra”, disse.

Segundo ele, as ações de combate à praga aguardam o repasse de recursos do Ministério da Agricultura.

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