MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Para escapar do fim do mundo, curitibanos usam linha Novo Mundo


Brincadeira iniciada na rede social reuniu jovens na linha de ônibus.
"É a arca de Noé moderna", argumentou um dos participantes.

Fernando Freire G1 PR
Ônibus Novo Mundo, número 666, em Curitiba (Foto: Fernando Freire/G1 Paraná)Passageiros apontam linha Novo Mundo, 666, como a salvação (Foto: Fernando Freire/G1 Paraná)
Filmes e livros falavam sobre uma profecia maia, que indicaria o fim do mundo neste dia 21 de dezembro de 2012. O tema tomou conta da internet, e um grupo preparou uma estratégia para sobrevivar à possível catástrofe. Por uma rede social, pessoas que acreditavam no fim do mundo organizaram um evento para embarcar rumo ao Novo Mundo. Como? Em um ônibus da linha chamada Novo Mundo, em Curitiba, um bairro da capital.
Na tarde desta sexta-feira (21), seis homens foram até a Praça Rui Barbosa, no centro da capital paranaense, para embarcar no ônibus. Um deles era Bruno Leite, publicitário de 26 anos. Em tom meio profético, meio irônico, ele comentou sobre a viagem para o Novo Mundo. "Eu acredito que, daqui a pouco, o mundo vai acabar sim e o ônibus é a saída. É a Arca de Noé moderna. A história vai se repetir dois mil anos depois. Fiquei sabendo do evento, digo, da salvação pela internet. Gostaria de agradecer aos organizadores. Eu estava atrás de uma salvação, e eles apontaram o norte" afirmou, aparantemente sério.
Evento 'Embarque para o fim do mundo' (Foto: Fernando Freire/G1 Paraná)Seis jovens participam do 'Embarque ao Novo
Mundo' (Foto: Fernando Freire/G1 Paraná)
Os jovens colocaram dois cartazes no ponto para convocavar os passageiros para a viagem: "Embarque para o novo mundo" e "Salve-se aqui", alertavam.
E um motivo extra fez os participantes acreditarem que a linha Novo Mundo seria mesmo a única salvação. O número oficial dele é 666, que remete ao número que identifica a besta do apocalipse. Artur Lipori, também publicitário e um dos criadores do evento, falou sobre a coincidência. "Essa foi a cereja do bolo, aí que a gente decidiu que tinha que fazer a viagem mesmo", afirmou.
Artur falou sobre a ideia do evento e lamentou o número de participantes. "O Roger Fernandez publicou no Facebook uma pergunta: "o que as pessoas fariam se o mundo acabasse?". O Guilherme Glir respondeu que ele pegaria um ônibus para o Novo Mundo. Eu falei que a piada renderia e criamos o evento. Eram quase 970 confirmadas, mas a gente sabia que nem todo mundo viria" explicou, antes de completar. "Poucos são os selecionados para a salvação".
Heitor Humberto no evento 'Embarque para o fim do mundo' (Foto: Fernando Freire/G1 Paraná)Heitor Humberto aproveita para divulgar o show
(Foto: Fernando Freire/G1 Paraná)
Enquanto alguns acreditavam no fim do mundo - ou pelo menos diziam isso - outros encaravam o embarque rumo ao Novo Mundo como uma brincadeira. Heitor Humberto, músico de 28 anos, confessou que não acreditava em uma catástrofe nesta sexta-feira, mas compareceu à Praça Rui Barbosa e divulgou um show marcado para sábado. "Eu não acredito, mas vim mais para divulgar meu show. Vamos fazer uma festa sobre o fim do mundo. Com o possível fim, não vai ter eletricidade. Então, o show vai ser acústico. O público vai ser sobreviventes que vão embarcar no ônibus e as baratas que restarem".
A movimentação chamou atenção de outros passageiros, que perguntavam sobre o motivo para a presença de tantos jornalistas. Mirian Souza, assistente social de 51 anos, embarcou no ônibus como faz todos os dias. Ao ser questionada se a linha poderia ser a salvação, ela foi irônica. "Pelo que demora o ônibus aqui, ele não seria a salvação para ninguém", comentou.
Pelo pequeno número de participantes, eles não chegaram a embarar na linha Novo Mundo. Mas, pelo menos por enquanto, o mundo não acabou, e eles seguem vivos.

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