MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Moradores de área indígena de MT alegam que não têm onde deixar gado

Produtores alegam que ofertas de compra são abaixo do valor de mercado.
Operação para retirada de famílias começou nesta semana.

Do G1 MT

Criadores reclamam que ofertas de compra estão abaixo do preço de mercado (Foto: Reprodução/ TVCA)Criadores reclamam que ofertas de compra estão abaixo do
preço de mercado (Foto: Reprodução/ TVCA)
Obrigados a deixar a terra indígena Marãiwatsédé, criadores de gado da região da comunidade de Posto da Mata, em Alto Boa Vista, a 1.064 quilômetros de Cuiabá, estão preocupados com o destino dos animais, já que as ofertas dos compradores estão abaixo do valor de mercado e nem todos conseguiram outro lugar de pastagem para transferir a criação. A operação para a retirada dos moradores começou nesta semana.
Se os animais foram mantidos na área que pertence aos índios xavantes podem ser confiscados. Dentro da área são criados mais de 200 mil cabeças de gado, segundo a Associação dos Produtores da Gleba Suiá Missú. Alguns proprietários que foram notificados pela Justiça a deixar a terra estão transferindo os animais para fazendas vizinhas, que ficam fora da área indígena.
Mas nem todos conseguiram um local para deixar o gado, como é o caso do pecuarista Alencar de Oliveira Lobo. "Não consigo achar pasto para alugar. Já descemos em vários lugares, até na divisa com o Pará, e não encontro lugar para deixar meu gado", reclamou. Assim como ele, o produtor João Neto Barbosa afirmou que não sabe o que fazer. "Não achamos pasto, não tem lei a nosso favor", disse.
"Muitos conseguiram algum lugar, mas eu não consegui. Já andei muito procurando lugar para deixar meu gado e não achei. Estou desesperado", afirmou outro pecuarista, Edson Rodrigues de Camargo.
Outro problema que prejudica os pecuaristas é o preço que estão oferecendo pelo gado. No período de crise e indefinição, os compradores querem pagar um valor bem abaixo do que o mercado oferece. "Os compradores querem aproveitar da nossa situação", disse Edson.
Por causa do bloqueio na BR-158, que dá acesso ao município, os caminhões boiadeiros não conseguem chegar até o local. O coordenador da operação, Nilton Tubino, disse na semana passada que para os pequenos produtores rurais o governo federal vai oferecer transporte. "Tem caminhões. Vamos ter vans para transportar as pessoas", afirmou.
Nesta quarta-feira (12), agentes da Força Nacional retomaram a ação de desocupação. O alvo são as fazendas localizadas às margens da BR-080, onde estão os maiores proprietários.

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