Agentes do Exército, PF e PRF fazem operação para retirar famílias.
Moradores de povoado alegam que não têm para onde ir.
Sem intenção de deixar o local, um agricultor ainda plantou soja há três semanas, mesmo após ser notificado pela Justiça a abandonar a propriedade. "A nossa intenção é continuar na área porque nós compramos e pagamos por essa terra. Estamos aqui por direito adquirido. Não invadimos não", disse.
Outro fazendeiro recorreu à Justiça para tentar colher a safra. "Peguei dinheiro de uma multinacional e vendi soja futura. Tenho um custo de aproximadamente de 27 sacas por hectare de plantio", contou.
Antônio Luiz Pereira passou oito anos nos Estados Unidos trabalhando na construção civil e quando retornou para o Brasil comprou 96 hectares na área que a Justiça reconheceu como território indígena. Ele disse ter investido na terra e depois construiu uma casa na comunidade, mas lamenta que agora terá de deixar tudo. "Não tem nem como fazer plano mais", pontuou.
Durante desocupação de terra indígena houve confronto
entre polícia e produtores (Foto: Reprodução/TVCA)
Alternativaentre polícia e produtores (Foto: Reprodução/TVCA)
De acordo com a Funai, famílias que atendem aos critérios e normativas do programa de reforma agrária serão contempladas por áreas em projetos de assentamento. Em nota, a Fundação diz que pelo menos 30 lotes foram disponibilizados para ocupação imediata dos moradores da região e que vão ser atendidas.
A operação para retirada das famílias da área que teve início na segunda-feira (10) desencadeou uma série de protestos pelos produtores rurais e moradores obrigados a saírem. De acordo com o plano estabelecido pelos órgãos da União, as primeiras propriedades atingidas são aquelas consideradas de grande porte. Todo território onde a desocupação deve ocorrer foi dividido em 4 partes, segundo informou a Funai.
A primeira ação de desocupação terminou em confronto entre agentes da Força de Segurança e produtores rurais. Houve registros de feridos dos dois lados
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