MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 16 de dezembro de 2012

Maioria resiste e deve ser retirada à força de terra indígena em MT


Agentes do Exército, PF e PRF fazem operação para retirar famílias.
Moradores de povoado alegam que não têm para onde ir.

Do G1 MT

O prazo para a saída voluntária da terra indígena Marãiwatsédé, em Alto Boa Vista, a 1.064 quilômetros de Cuiabá, mas a maioria dos moradores ainda resiste em deixar a área dos índios xavantes. As famílias alegam que não têm para onde ir. "O que a gente tem está tudo aqui e não sei para onde irei. Isso é uma tragédia", disse um morador sobre a ação de desocupação que teve início há uma semana por agentes do Exército, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.
Os moradores acreditam ainda que o Supremo Tribunal Federal (STF) possa reverter a decisão judicial favorável aos indígenas. A partir de agora, a Justiça autorizou a polícia a retirar à força aqueles que insistem em ficar na comunidade Posto da Mata. Em protesto contra a desocupação, os moradores bloquearam a BR-158 e a MT-242. Na área rural, 13 fazendas já foram desocupadas, de acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai). Muitos pecuaristas tentam encontrar compradores para o gado.
Sem intenção de deixar o local, um agricultor ainda plantou soja há três semanas, mesmo após ser notificado pela Justiça a abandonar a propriedade. "A nossa intenção é continuar na área porque nós compramos e pagamos por essa terra. Estamos aqui por direito adquirido. Não invadimos não", disse.
Outro fazendeiro recorreu à Justiça para tentar colher a safra. "Peguei dinheiro de uma multinacional e vendi soja futura. Tenho um custo de aproximadamente de 27 sacas por hectare de plantio", contou.
Antônio Luiz Pereira passou oito anos nos Estados Unidos trabalhando na construção civil e quando retornou para o Brasil comprou 96 hectares na área que a Justiça reconheceu como território indígena. Ele disse ter investido na terra e depois construiu uma casa na comunidade, mas lamenta que agora terá de deixar tudo. "Não tem nem como fazer plano mais", pontuou.
Desocupação de terra indígena tem confronto entre polícia e produtores (Foto: Reprodução/TVCA)Durante desocupação de terra indígena houve confronto
entre polícia e produtores (Foto: Reprodução/TVCA)
Alternativa
De acordo com a Funai, famílias que atendem aos critérios e normativas do programa de reforma agrária serão contempladas por áreas em projetos de assentamento. Em nota, a Fundação diz que pelo menos 30 lotes foram disponibilizados para ocupação imediata dos moradores da região e que vão ser atendidas.
A operação para retirada das famílias da área que teve início na segunda-feira (10) desencadeou uma série de protestos pelos produtores rurais e moradores obrigados a saírem. De acordo com o plano estabelecido pelos órgãos da União, as primeiras propriedades atingidas são aquelas consideradas de grande porte. Todo território onde a desocupação deve ocorrer foi dividido em 4 partes, segundo informou a Funai.
A primeira ação de desocupação terminou em confronto entre agentes da Força de Segurança e produtores rurais. Houve registros de feridos dos dois lados

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