Catiane Magalhães A TARDE
Em rodas de amigos, mesas dos bares ou redes sociais, o fim mundo,
previsto para hoje, é o assunto mais comentado do momento. Até as 23h59
desta sexta-feira, 21, fica o clima de suspense, dúvida e apreensão -
mesmo entre os que não acreditam na confirmação da suposta profecia
maia. Especialistas advertem, entretanto, que a repetição do assunto
pode gerar um pânico coletivo, sobretudo em crianças e adolescentes,
pois muitos ainda não estão preparados para lidar com esse tipo de
expectativa.Segundo o psiquiatra Geonaldo Fonseca, o medo ocasionado pela propagação indevida da ideia pode ocasionar algumas mudanças no comportamento dos indivíduos, como deixá-los mais agressivos e inquietos. "Não é uma alteração definitiva. De qualquer forma, é negativa. Se esse medo for muito forte ou se repetir com frequência, ele pode influenciar na personalidade da pessoa, transformando-a em um indivíduo sem confiança, assustado e cheio de medos", alerta o psiquiatra.
Ele descarta, no entanto, a possibilidade de a notícia motivar, casos extremos, como um surto de suicídio coletivo, fruto de uma crise psicótica criada em torno do assunto. "No Brasil, isso não é comum. E, como na Bahia nenhuma religião deu importância ao tema, é pouco provável que aconteça. Em outras culturas, como no México e Estados Unidos, isso é mais forte, pois há mais pessoas com personalidades mais facilmente sugestionáveis. Ou seja, induzidas a acreditar em delírios de extremistas", pontua Fonseca.
Na opinião dele, pais e educadores devem apresentar às crianças e jovens um pouco da cultura maia. O diretor-executivo da Associação de Astrônomos Amadores da Bahia (AAAB), Wilson Carvalho, reitera que não há nenhuma sustentação científica para a previsão. Ele acredita que houve "uma distorção ou má interpretação" dos maias. A astróloga Gicele Alakija completa, ressaltando que "haverá o fechamento de um ciclo para o início de outro".
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