MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Artista italiano percorre praias esculpindo obras na areia


Neste ano, Antonio Iannini escolheu a cidade de Balneário Camboriú.
Escultura no Brasil inclui Cristo Redentor, camisa de Pelé e Copa de 2014.

Géssica Valentini Do G1 SC

Escultor italiano escolheu Balneário Camboriú para construir sua obra nesta temporada (Foto: Géssica Valentini/G1)Escultor italiano escolheu Balneário Camboriú para construir sua obra nesta temporada (Foto: Géssica Valentini/G1)
Antonio Iannini, de 60 anos, já percorreu o mundo em busca de praias para praticar sua arte: esculturas na areia. Com pouco mais de 40 anos, o bombeiro e mergulhador da cidade Nápoles, na Itália, se aposentou. Então começou a buscar passatempos e instigar paixões. A primeira escultura, como todas as demais, começou com um balde areia e outro de água. Era um dragão, que, no entanto, logo desmoronou. "Ele caiu, mas logo quis construir outro e outro. Percebi então que era paixão, pois se não gostamos desistimos quando cai o primeiro castelo", afirma ele, em um português carregado com o sotaque italiano.
Percorreu praias da Tailândia, Austrália, Estados Unidos e da Europa, mas ao conhecer o litoral brasileiro se surpreendeu. "Já fui ao Rio de Janeiro e este é o segundo ano que venho a Baneário Camboriú", afirma ele, cujo principal critério de escolha é a luta contra o único inimigo: "Não é a chuva ou o vento que destróem as esculturas, mas o vandalismo. Isso, sim, é o que pode acabar com a minha arte", diz.   
Obra em Santa Catarina inclui Cristo Redentor, Copa de 2014 e a camisa 10 de Pelé (Foto: Géssica Valentini/G1)Obra em Santa Catarina inclui Cristo Redentor, Copa
de 2014 e a camisa 10 de Pelé
(Foto: Géssica Valentini/G1)
Em cada lugar, ele solicita uma autorização da Prefeitura para ocupar um espaço na areia. Não gosta de esculturas pequenas, mas grandes e com muitos detalhes. "Gosto que as pessoas venham, vários dias, e se surpreendam com algo novo. Às vezes até algo que já estava ali, mas que não tinham notado", afirma. A matéria prima utilizada por ele é água, areia, pincéis, espátulas e uma material que mistura à areia para que as esculturas não desmanchem com facilidade.
Fica por dois ou três meses, até a temporada acabar. Depois, volta para a Itália. Sobrevive da aposentadoria e da colaboração dos que passam pelas esculturas. "Não peço nada, mas preciso do dinheiro, pois pago estadia, alimentação e minhas despesas em cada praia", explica ele. Além disso, diz que a maior contribuição que pode receber é o pagamento de um segurança para vigiar a obra enquanto não está no local.
Escultor é da Itália e percorre as praias do mundo  (Foto: Géssica Valentini/G1)Escultor é da Itália e percorre as praias do mundo
(Foto: Géssica Valentini/G1)
Ao vislumbrar um monte de areia, inicia a construção, sem planejamento. Mistura religião, mitologia e aspectos regionais. Em Balneário Camboriú, a arte incluia o Cristo Redentor, a Copa do Mundo de 2014 e a camisa 10 de Pelé. À composição deu o nome de 'fantasia brasileira'. Na tarde do dia 19 de dezembro, reconstruía um castelo, enquanto falava sobre sua arte. "Acabou de acontecer um desastre, pois desmoronou. Mas não importa, minha arte consiste de começar e recomeçar, como tudo na vida", finaliza ele.

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