MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 18 de novembro de 2012

Vinho argentino aposta em Classe C para crescer no Brasil


Produtores e importadores da bebida miram o potencial de crescimento da classe média brasileira com campanhas promocionais.

Da BBC

Produtores e importadores de vinho argentino estão apostando na Classe C brasileira para crescer (Foto: BBC)Produtores e importadores de vinho argentino
estão apostando na Classe C brasileira para
crescer (Foto: BBC)
De olho na expansão dos gastos da chamada classe C, produtores e importadores de vinho argentino vêm intensificando as campanhas de incentivo ao consumo da bebida junto à essa camada da população no Brasil.
Recentemente, o governo da Província de Mendoza assinou acordo com 12 operadoras de turismo do Brasil para promover a região repleta de vinícolas e paisagens nevadas.
O secretário de Turismo de Mendoza, Javier Espina, contou à BBC Brasil que a campanha promocional inclui shoppings, restaurantes e aeroportos brasileiros.
'Hoje, recebemos turistas brasileiros que se hospedam principalmente nos hotéis de quatro e cinco estrelas e buscam passeios nas vinícolas e para esquiar na estação de Las Leñas. Com o avanço da economia brasileira, temos a oportunidade de atrair mais turistas deste segmento e também a classe que ascendeu economicamente no país', afirmou.
Segundo ele, no ano passado cerca de 80 mil turistas brasileiros visitaram a região.
'Sabemos que agora temos uma enorme oportunidade de atrair um perfil mais amplo desses viajantes. Os brasileiros que chegam à Argentina buscam geralmente Buenos Aires e neve (na Patagônia). Mendoza tem neve perto da cidade e pode interessar a esses novos turistas brasileiros', acrescentou.
Mais lojasO crescimento da classe média brasileira também propiciou a expansão de lojas especializadas em vinhos da Argentina, antes limitadas ao Rio e a São Paulo, para outras regiões do Brasil.
A empresa argentina Grand Cru foi uma delas. Nos últimos dez anos, a companhia abriu estabelecimentos comerciais em Estados do Norte e do Nordeste brasileiro, como Piauí, Maranhão, Ceará e Bahia.
Um dos representantes da empresa disse que o Brasil é hoje seu maior mercado, o que seria 'difícil de pensar' décadas atrás.
Vinícolas passaram a fazer parte do roteiro de brasileiros na Argentina (Foto: BBC)Vinícolas passaram a fazer parte do roteiro de
brasileiros na Argentina (Foto: BBC)
Segundo Juan José Canay, presidente da entidade Bodegas de Argentina, câmara que reúne 260 produtoras de vinhos, o consumo da bebida está ligado, entre outros fatores, à mudança social.
'Na medida em que as pessoas sobem de patamar de renda, passam a tomar mais vinho', disse Canay.
'O vinho passou a fazer parte da mesa brasileira e observamos esta presença com os copos para a bebida nos restaurantes do Rio de Janeiro e de São Paulo, por exemplo. O que antes não havia', acrescentou.
Canay explica que, em 2009, o Brasil passou a Inglaterra e ocupa desde então o terceiro lugar entre os maiores destinos das exportações argentinas de vinho, logo depois dos Estados Unidos e do Canadá.
'Entendo que o maior consumo está ligado ao surgimento da classe C e igualmente ao aumento da renda per capita no Brasil', disse.
QualidadeEle ressaltou que, simultaneamente, 'a cada ano' os brasileiros estão comprando vinhos de 'melhor qualidade' e 'mais caros', num sinal de que vêm apreciando a bebida.
'No ano passado, nossas exportações de vinhos para o mercado brasileiro aumentaram 1% (na comparação com 2010). Mas em termos de valores (da garrafa) este aumento foi de 18%', afirmou.
Em 2011, as exportações argentinas de vinho para o Brasil somaram US$ 63 milhões (R$ 126 milhões) ou 2 milhões de caixas de vinhos. 'Mas está claro que com o crescimento da economia brasileira e com a inclusão de novos consumidores, as vendas tendem a aumentar e estamos atentos a este movimento', afirmou.
Canay disse que atualmente as exportações estão sendo feitas em menor ritmo devido às barreiras burocráticas (chamadas licenças não automáticas) que atrasam o desembarque das mercadorias argentinas.
O vinho argentino representa 25% do mercado brasileiro. Já o chileno responde por 36% deste mercado, mas, de acordo com a assessoria de imprensa da entidade 'Vinos de Chile' (Vinhos do Chile) até o momento o setor exporta principalmente vinhos com preços de médio a alto e não existem dados sobre iniciativas especificas para os novos consumidores brasileiros.
DisputaNo Brasil, uma disputa entre produtores de vinho e donos de restaurante gerou um impasse em outubro. Produtores locais haviam pedido salvaguardas aos vinhos nacionais como uma maneira de promovê-los, o que gerou protestos de varejistas, importadores e proprietários de restaurantes.
Após muitas discussões, houve um acordo pelo qual os supermercados se comprometeram a dar maior espaço em suas prateleiras aos vinhos nacionais. Já as importadoras prometeram aumentar a quantidade de vinhos brasileiros em seus catálogos.

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