Hieros Vasconcelos Rego A TARDE
Para o sociólogo e professor da Ufba, Ordep Serra, essa migração de baianos é fruto da insatisfação com a terra natal. "Poucas chances de emprego, péssimos indicadores, o mercado de trabalho é fraco e não é promissor, falta de transporte público. São inúmeros os motivos que levam as pessoas a saírem da Bahia, que está em um estado calamitoso para se morar", avalia.
Mas por que São Paulo e não Rio de Janeiro ou outra capital que disponha de infraestrutura melhor do que Salvador? "Desde sempre permeia no imaginário baiano São Paulo como a terra do emprego. Foram os baianos que a construíram, na verdade. Se ela existe e está de pé, deve-se agradecer ao baiano, ao nordestino que saiu daqui para levantar edifícios e abrir ruas por lá", acrescenta o antropólogo Carlos Sofistini.
Escolhas pessoais - O produtor audiovisual Anderson Couto escolheu São Paulo, onde vive desde 2008, por acreditar que a remuneração em sua área de trabalho é maior e que o mercado audiovisual lá é mais amplo. "É indiscutível a quantidade de produtoras e emissoras de TV que existem aqui em Sampa, quando comparamos com o mercado baiano", diz.
Apesar disso, Anderson assume sentir falta da Bahia, principalmente por causa dos amigos e familiares. "Às vezes, me questiono até que ponto vale a pena ganhar mais e se privar da convivência deles, entende?" O mecânico baiano Gilberto Santos esteve em Salvador nos últimos 15 dias para visitar a família. Ontem, voltou para a capital paulista onde mora há 12 anos com a mulher e o filho. "Hoje, não penso em voltar para a Bahia. Aqui (em São Paulo) encontro melhor serviços básicos como saúde, transporte", avalia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário