MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

SP: Baianos formam maior contingente de migrantes


Hieros Vasconcelos Rego A TARDE

  • Fernando Vivas | Ag. A TARDE
    "Desde sempre permeia no imaginário baiano São Paulo como a terra do emprego", diz Ordep Serra
Cerca de 1,7 milhão de baianos estão atualmente no Estado de São Paulo, aponta o IBGE, com base no Censo 2010. A quantidade de baianos que vivem por lá é tão grande que supera o contingente populacional de cidades como Feira de Santana, com 672 mil habitantes, e Vitória da Conquista, com 310 mil.
Para o sociólogo e professor da Ufba, Ordep Serra, essa migração de baianos é fruto da insatisfação com a terra natal. "Poucas chances de emprego, péssimos indicadores, o mercado de trabalho é fraco e não é promissor, falta de transporte público. São inúmeros os motivos que levam as pessoas a saírem da Bahia, que está em um estado calamitoso para se morar", avalia.
Mas por que São Paulo e não Rio de Janeiro ou outra capital que disponha de infraestrutura melhor do que Salvador? "Desde sempre permeia no imaginário baiano São Paulo como a terra do emprego. Foram os baianos que a construíram, na verdade. Se ela existe e está de pé, deve-se agradecer ao baiano, ao nordestino que saiu daqui para levantar edifícios e abrir ruas por lá", acrescenta o antropólogo Carlos Sofistini.
Escolhas pessoais - O produtor audiovisual Anderson Couto escolheu São Paulo, onde vive desde 2008, por acreditar que a remuneração em sua área de trabalho é maior e que o mercado audiovisual lá é mais amplo. "É indiscutível a quantidade de produtoras e emissoras de TV que existem aqui em Sampa, quando comparamos com o mercado baiano", diz.
Apesar disso, Anderson assume sentir falta da Bahia, principalmente por causa dos amigos e familiares. "Às vezes, me questiono até que ponto vale a pena ganhar mais e se privar da convivência deles, entende?" O mecânico baiano Gilberto Santos esteve em Salvador nos últimos 15 dias para visitar a família. Ontem, voltou para a capital paulista onde mora há 12 anos com a mulher e o filho. "Hoje, não penso em voltar para a Bahia. Aqui (em São Paulo) encontro melhor serviços básicos como saúde, transporte", avalia.

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