MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 24 de novembro de 2012

Rios do Pará são espetáculo natural integrado ao cotidiano


Seja como inspiração, cartão postal ou meio de transporte, os rios do estado fazem parte da cultura e do modo devida regional

G1 PA
Olhando a baía do Guajará, em Belém, é fácil entender porque uma imagem vale mais que palavras. Sob o sol ou de noite, a poesia em estadu bruto pode ser líquida, e não se desfaz nas águas. Os rios do Pará, como os que compõem a orla de Belém, representam o estado inteiro. "Pará, em Tupi, significa 'rio', e grão-Pará, o grande rio", explica o antropólogo Heraldo Maués.
No estado, os rios são de coloridos variados. Há quem diga que o melhor açaí do mundo está aqui, mas só pode chegar na capital de barco, através de pessoas como o Rosivaldo. "trago açaí dos açaizeiros da ilha do Combu", explica o barqueiro.
Durante a entressafra, ele transporta o que é possível colher. Mas, independente da estação, o caminho até Belém é enfeitado por imagens de um Brasil que vive dos rios. Águas serenas, mas que, no século dezenove, foram instrumentos de revolta em um desafio ao império português. "Os cabanos se moviam através dos rios da região", escalrece Haroldo Maués.
Hoje, os sons do rio não são os da Cabanagem. Quem faz barulho é um caranguejo e sua aparelhagem de tecnobrega, retratados na produção de um cineasta que se inspira na paixão por rios e igarapés. Nas aventuras da Turma da Pororoca, Cassio Tavernard mostra como é a festa sob as águas.
Meio de transporte
Além de inspiração para o cinema, o rio é a ligação entre municípios do estado. Do Porto da Palha, em Belém, partem mensalmente quase 40 mil passageiros. Dona anita é um destes que, mesmo desconfiada, prefere utilizar a estrada das águas para chegar em casa. "É bom ir olhando a paisagem", confidencia.
Mas nem tudo é beleza. O geólo Milton Matta diz que existem realidades incômodas sobre os rios da região. "Temos pouco a comemorar, as pessoas jogam lixo e os rios se transformam em esgotos", avalia.
Mesmo assim, as águas impressionam. Clóvis, que, quando era menino, quase morreu afogado em Curitiba, levou uma nova lembrança do rio após um passeio turístico pelo Guamá. "No passado eu quase perdi a vida, então hoje eu tenho a obrigação de recuperar a coragem, de andar em cima de um barco. Esse é o meu objetivo, prometo continuar a viagem até o fim, dando risada", relata o turista.

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