Franco Adailton A TARDE
Iniciada no candomblé há 30 anos, a ialorixá Celidalva Conceição, 56 anos, recebeu da falecida sogra, mãe Nazi Ozete, a missão de assumir o Terreiro Ilê Axé Ori Torokê. A comunidade religiosa fica na mesma casa onde ela mora em Valença, no baixo sul. Responsável pelo terreiro de nação ketu há 12 anos, mãe Celidalva, luta para ampliar o espaço da casa onde faltam as áreas verdes tão caras aos cultos de matriz africana.
Mãe Celidalva diz que a possibilidade de auxílio do estado a partir do mapeamento é um incentivo para continuar a luta. "Para manter terreiro tem que ter muito jogo de cintura. Os filhos da casa ajudam, mas quem toma a frente é sempre a liderança", diz ela que batalha para equilibrar as obrigações religiosas com o trabalho de servidora pública.
Situado em uma área de 65 hectares, o terreiro disputa judicialmente a preservação de áreas verdes. Fundada no século XVII, a comunidade já enfrentou problemas como a perda de árvores sagradas durante o processo de disputa judicial.
O ogã Edvaldo de Jesus, 34 anos, conhecido como Buda, espera que o mapeamento traga mais apoio para a luta travada pelo Ventura. "O candomblé é sustentado na natureza. Sem isso, não tem como preservar nossos rituais", acrescenta.
Ekede da casa há 34 anos, Romilda Machado, 57, diz que anda cética quanto ao apoio dos homens. "São tantas promessas que, qualquer ajuda que vier, será uma surpresa", completa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário