MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Por uso de celular, promotor pede dispensa de testemunhas confinadas


Elas estariam de posse do aparelho telefônico, segundo promotor.
Pedido inclui Elenílson Vitor, listado como informante no caso Eliza Samudio.

Pedro Cunha Do G1, em Contagem (MG)

20.nov.2012 - Promotor de Justiça Henry Wagner Vasconcelos de Castro pediu que ao menos cinco testemunhas de defesa sejam retiradas do processo por uso de celular. (Foto: Pedro Cunha/G1) Promotor Henry de Castro pediu que testemunhas
de defesa sejam retiradas do processo
(Foto: Pedro Cunha/G1)
O promotor de Justiça Henry Wagner Vasconcelos de Castro pediu que ao menos cinco testemunhas de defesa sejam retiradas do processo e não prestem depoimento no júri do caso Eliza Samúdio, que ocorre desde esta segunda-feira (19) em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No fim da sessão desta terça-feira (20), Castro afirmou que “cinco ou seis” pessoas foram flagradas com telefones celulares no local onde estão confinadas à espera para falar no júri. O Ministério Público pede que elas não sejam ouvidas, por "quebra da incomunicabilidade".

Os depoimentos estão previstos para começar nesta quarta-feira (21). Ainda segundo o promotor, a informação do flagrante foi repassada pela assessoria da juíza Marina Fabiane Lopes Rodrigues que preside o júri, de acordo com Castro.
O pedido de dispensa inclui também Elenílson Vitor Silva, que ainda vai a julgamento pelo sequestro e cárcere privado do filho de Eliza. Ele era caseiro do sítio de Bruno Fernandes, em Esmeraldas, à época do desaparecimento da ex-amante do jogador. Segundo o promotor, Silva teria sido arrolado como informante pela defesa de Luiz Henrique Ferreira Romão, de apelido Bola.

“Inclusive uma delas, nem necessariamente ou precisamente uma testemunha, mas se trata, a rigor, do corréu Elenílson Vitor da Silva, teria sido flagrado de posse do celular e fazendo uso dele”, disse. De acordo com o promotor, o fato foi relatado em boletim de ocorrência policial e, caso aconteça a destituição das testemunhas de defesa, nada vai alterar no andamento do júri. “O júri não vai ser anulado. O júri está sendo realizado de maneira absolutamente lídima. Podemos até cogitar de mais uma armação da própria defesa para provocar o adiamento, a suspensão, o desmantelamento deste julgamento", comentou.

“Pretende a Promotoria de Justiça, primeiramente, que essa pessoas, diante da quebra de sua incomunicabilidade, não sejam mais inquiridas pelo juízo. E, se foram inquiridas, que sejam ouvidas sem tomada de compromisso de dicção da verdade”, pediu o promotor.

Diante do pedido, a juíza informou que as defesas terão tempo para apresentar as suas argumentações sobre o que foi relatado pelo promotor. Depois disso, Marixa vai definir sobre a retirada ao não das testemunhas do processo.

2º dia do júriNa segunda sessão do júri popular do caso Eliza Samudio, realizada nesta terça-feira (20) no Fórum de Contagem, em Minas Gerais, o goleiro Bruno Fernandes destituiu o responsável por sua defesa, Rui Pimenta. Ele tentou afastar também o outro defensor, Francisco Simim, mas o pedido foi negado pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que viu manobra para adiar o julgamento. Tiago Lenoir foi apresentado como novo advogado da equipe de defesa, que será conduzida por Simim.
O pedido de Bruno resultou na saída da ré Dayanne, ex-mulher do goleiro, do júri popular. Ela responde à ação em liberdade e terá mais tempo para ser defendida por outro advogado, em julgamento com data ainda não marcada, possivelmente junto com Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que também conseguiu o desmembramento do júri. A partir de agora, o júri conta com apenas três réus.
Ao longo do dia, foram ouvidos depoimentos de três pessoas: João Batista, citado no depoimento de Cleiton Gonçalves, ex-motorista de Bruno; Ana Maria Santos, delegada que falou sobre o depoimento de Jorge Luiz Rosa, primo de Bruno Fernandes; e Jaílson Alves de Oliveira; detento que disse ter ouvido na cadeia a confissão de Bola sobre a morte de Eliza.
Bruno e os demais réus enfrentam júri popular por cárcere privado e morte da ex-amante do jogador, Eliza Samudio, em crime ocorrido em 2010. A previsão é que o julgamento dure pelo menos duas semanas.
'Cinzas de Eliza às águas'
O detento Jaílson Alves de Oliveira, arrolado pela acusação como testemunha, disse ao júri nesta terça-feira (20), segundo dia de julgamento do caso Eliza Samúdio, que ouviu "várias vezes" Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, dizer que jogou "as cinzas de Eliza às águas". Ele disse ainda que, ao perguntar o que Bola faria se o corpo da vítima fosse encontrado, o réu respondeu "só se os peixes falarem".
ilustração testemunha 300 (Foto: Leo Aragão/G1)Testemunha de acusação, Jaílson conversa com a
juíza durante o depoimento (Foto: Leo Aragão/G1)
Em depoimento prestado à polícia, lido na íntegra durante a sessão, Oliveira diz ter ouvido a confissão de Bola sobre o crime. A testemunha disse ter sido ameaçado por um policial para retirar seu depoimento. "Sei de toda sua família", teria sido a ameaça. O detento afirmou para a juíza que está preso na Penitenciária Nelson Hungria, recolhido na enfermaria por medida de segurança. "Disseram que sou cagueta. Corro risco de vida".
Os réus Bruno Fernandes e Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, estão presos na Penitenciária Nelson Hungria em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Bola está no Presídio Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, também na Grande Belo Horizonte.
Jaílson Alves de Oliveira disse que ouviu Bola contar que não jogou a mão de Eliza para os cachorros e que não fez nada na casa dele, e sim em um terreno. Ele afirmou ainda que Bruno teria armado um plano caso fosse condenado, dizendo que estava doente para ser resgatado a caminho do presídio.
A testemunha também afirmou que Cleiton Gonçalves não era motorista de Bruno, embora dirigisse veículos do goleiro. De acordo com a testemunha, Gonçalvesvendia drogas para Macarrão, apontado como chefe do tráfico em Ribeirão das Neves. "Eu já conhecia o Macarrão, o Cleiton e a mãe do Cleiton".
Por duas vezes, Jaílson Alves de Oliveira arrancou risos do plenário. Primeiro, questionado pelo novo advogado de Bruno de por que era representado por um ex-defensor do goleiro, respondeu: "eu sou cliente dele. Você não defende o seu?". Depois, ao explicar o apelido de Miyagi. "É por causa daquele lutador de caratê", disse à magistrada.

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