‘A gente precisava de mais tempo', disse advogado sobre troca na defesa
Com apresentação de novo advogado, juíza remarcou o júri de Bruno.
Agora, Bruno, Bola e Dayanne serão julgados em 21 de janeiro de 2013.
Advogado Francisco Simim, de Dayanne e de Bruno
(Foto: Pedro Triginelli/G1)
O advogado Francisco Simim, que defende o goleiro Bruno no processo do
desaparecimento e morte de Eliza Samudio, será substituído por Lucio
Adolfo da Silva. A substituição foi aceita pela juíza Marixa Fabiane
Rodrigues nesta quarta-feira (21), terceiro dia do júri popular, em
Contagem. Segundo Simim, a mudança, que implicou no adiamento do júri do goleiro, foi uma estratégia. “É estratégia sim, porque a gente precisava de mais tempo para estudar o processo”, disse o advogado.(Foto: Pedro Triginelli/G1)
De acordo com Simim, o desmembramento valeu para “ganhar prazo, porque tem um habeas corpus para ser julgado”, se referindo ao pedido de soltura impetrado pela defesa do goleiro no Supremo Tribunal Federal (STF), e ainda não julgado. Segundo o advogado, o novo defensor será o único representante de Bruno no plenário, a partir de hoje. Mas, nos bastidores, Simim disse que toda a equipe continua trabalhando pela defesa do goleiro.
Novo advogado de Bruno Lúcio Adolfo da Silva fala com imprensa do lado de fora do Fórum de Contagem (Foto: Maurício Vieira / G1)
Lucio Adolfo, disse em entrevista, na porta do fórum de Contagem, que
não conhece nada das 15 mil páginas que integram o processo, e que o
prazo era necessário para a leitura dos autos. “Fui chamado para
participar da defesa do Bruno hoje. Não conhecia o processo. Pedi à
juíza um prazo para que eu pudesse analisar a matéria junto com o doutor
Tiago Lenoir e o doutor Francisco Simim. E vamos fazer isso”.O novo advogado contradisse Simim, ao afirmar que a substituição não é uma estratégia da defesa. "Absolutamente. Não é uma estratégia, é uma necessidade". E disse ainda que a juíza foi "muito compreensiva" ao lhe conceder o prazo de dois meses para a leitura do processo. "Vou me debruçar sobre o proceso. (...) O prazo é bom. Não é manobra. Não vou forçar um adiamento", completou.
DesmembramentoO julgamento do goleiro Bruno Fernandes foi desmembrado e adiado para 21 de janeiro, segundo decisão da juíza Marixa Fabiane, anunciada nesta quarta-feira (21), no Fórum de Contagem, em Minas Gerais. O goleiro foi retirado do plenário para ser levado novamente para a penitenciária Nelson Hungria.
O corpo de defesa afirmou logo no início da sessão, por volta de 9h40, que o novo defensor precisa de prazo para ler o texto da ação. "Eu preciso de mais tempo para estudar esse processo", disse Adolfo no plenário.
É a segunda tentativa de adiamento de Bruno, que na terça-feira (20) pediu a destituição de seus advogados Rui Pimenta e Francisco Simim. Na terça, juíza Marixa Fabiane aceitou o pedido de destituição de Pimenta, após o jogador alegar que não se sentia seguro para continuar com ele, e negou o de Simim.
Segundo o promotor Henry Castro, o atual defensor do goleiro, Simim, apresentou nesta quarta-feira um documento chamado substabelecimento pedindo sua substituição por Silva, dando poderes ao novo advogado. O promotor afirmou que o pedido é uma "manobra" da defesa para adiar o julgamento.
A juíza afirmou que "não obstante haver claras evidências de manobra, por outro lado também é verdade que o documento que foi apresentado a mim foi de substabelecimento", justificando sua decisão. "Estou acolhendo o pedido da defesa para conceder ao advogado prazo para o conhecimento do processo", disse ela.
O promotor afirmou que os advogados de Bruno atentam "contra quem quer trabalhar". O Código Penal, lembrado por ele, prevê multa de dez a 100 salários mínimos por abandono de processo que não for por motivo imperioso.
O julgamento continua para dois outros réus no processo: Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do goleiro.
Destituição
O goleiro argumentou, na terça-feira (20), que pediu a destituição de Simim por ele representar sua ex-mulher, Dayanne Rodrigues, ré na ação. A magistrada entendeu que o goleiro pretendia adiar seu julgamento e negou a solicitação, mas Bruno negou esse objetivo e alegou que não queria prejudicar a defesa de Dayanne.
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