MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Estudo aponta contradições da Bahia na área de segurança


Catiane Magalhães A TARDE

  • Joá Souza | Ag. A TARDE
    Cristiane Santos Carvalho, 41, foi atingida por uma bala perdida
Se  foi apontada como líder em ocorrências violentas na 6ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a Bahia figura entre os três estados que mais disponibiliza recursos para o setor de segurança. O levantamento foi   produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Só no Serviço de Inteligência, que inclui a aquisição de  novas câmeras e a reformulação do serviço de telecomunicação, o investimento saltou de R$ 1,4 milhão para aproximadamente R$ 4,3 milhões em um ano. A informação é do secretário da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa.
"Para atacar a criminalidade precisamos de infraestrutura, mas esta ficou obsoleta por mais de 20 anos. Estamos mudando essa realidade com a implantação do programa Pacto pela Vida e as bases de segurança pública", diz. O secretário destaca a criação do departamento que investiga homicídios e que é  integrado a dez delegacias. Ele também aponta a adquisição, nos últimos quatro anos, de cerca de 6 mil viaturas.
"Outras 700 serão entregues até o final do ano. Investimos também na formação, armamento e fardamento policial e os resultados já começaram a aparecer", disse Barbosa, ressaltando que o número de homicídios elucidados cresceu 150%. O secretário comemora ainda a redução de 6% no número de assassinatos em 2011 quando comparado a 2010. Contudo,  Barbosa reconhece que a greve da Polícia Militar, ocorrida em fevereiro,  deve aumentar as  estatísticas de homicídios relativas a 2012.
Homicídio - Mas se comemora avanços, o Estado ainda tem o desafio de conter as mortes violentas. Ontem,  por exemplo, no Cemitério Quintas dos Lázaros, na Baixa de Quintas, foi enterrada a merendeira Cristiane Carvalho, 41 anos. Ela morreu anteontem , vítima de bala perdida, na Boca do Rio. Testemunhas contaram à polícia que Cristiane foi alvejada na cabeça por assaltantes que, após uma ação em uma churrascaria do bairro, fugiram dando tiros.
O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A morte da merendeira reforça a posição da Bahia como um do estados mais violentos do País. Só em 2011, foram mais de 4,3 mil assassinatos no Estado. A estatística foi  publicada na mesma pesquisa que apontou a melhora da Bahia nos critérios de investimento em segurança. Segundo a publicação, em números absolutos, a Bahia lidera, pela segunda vez consecutiva, a quantidade de homicídios, à frente do Rio de Janeiro e São Paulo.
No entanto, se considerado o tamanho da população, a Bahia é proporcionalmente o sétimo Estado do ranking, com taxa de 31,1 homicídios para cada 100 mil habitantes,  atrás de Alagoas, Espírito Santo, Paraíba, Pará, Pernambuco e Sergipe.
Contestação - O  secretário da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa discorda dos métodos utilizados pela pesquisa. "A Bahia é vítima da qualidade das suas próprias informações, ou seja, por fornecer as estatísticas verdadeiras acabou ficando em desvantagem se comparado aos outros estados", disse.
De acordo com ele, o envio de dados é feito voluntariamente. "Colaboramos de forma transparente, ao contrário de outros estados que não têm essa preocupação". Segundo Barbosa, tem dados que mostram as ocorrências, mas não a quantidade de vítimas. "Os organismos que fazem esses estudos têm critérios distintos. O ideal é que as informações sejam unificadas no Sistema Nacional de Segurança Pública, como propõe a Lei 12.681".

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