MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 20 de novembro de 2012

DESCASO E FALTA DE RESPEITO COM A VIDA HUMANA

Idosa passa 3 dias internada em uma cadeira em hospital de Goiás

Filha alega que a paciente, de 68 anos, era obrigada a dormir sentada.
Coordenador da unidade garante que ela estava internada em uma maca.

Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera
Uma mulher de 68 anos foi encontrada internada sentada em uma cadeira, no corredor de um hospital público de Anápolis, a 55 km de Goiânia. O flagrante foi registrado pela equipe de reportagem da TV Anhanguera, que visitou a Santa Casa de Misericórdia com uma câmera escondida. Luzia Ferreira dos Santos, que mora no município de Abadiânia, disse que estava naquela situação havia três dias.

A idosa estava recebendo tratamento para pneumonia e bronquite. Para receber a medicação intravenosa, o braço da mulher ficava apoiado sobre uma mesa. A filha da paciente, Maria da Glória Lemes dos Santos, reclama do descaso. “Ela está sentindo cansaço, está inchada e não dorme. Dorme sentada”, observa. Além de Luzia, outros pacientes estavam instalados no corredor para atendimentos e internações.
O coordenador informou também que a paciente foi retirada do hospital pela filha Maria da Glória, antes que a idosa recebesse alta. "Não podemos obrigar o paciente a ficar internado. A saída dessa senhora foi autorizada depois que a filha assinou um termo de responsabilidade", observa.

De acordo com o coordenador do Pronto-Socorro da Santa Casa, Joel Silveira Piantino, houve a internação no corredor da unidade, mas a paciente ficou em uma maca e não em uma cadeira. "Segundo o prontuário, ela ficou internada em uma maca. No momento da gravação, ela provavelmente estava descansando da maca, que é desconfortável, em uma cadeira", afirma.
Segundo a administradora da Santa Casa, irmã Rita Coelho, a unidade recebe pacientes de 45 municípios próximos a Anápolis. “A demanda é muito grande e nós não temos mais um número grande de leitos. Até porque foi necessário diminuirmos alguns leitos para podermos ter UTI [Unidade de Tratamento Intensivo]”, argumenta.
No Hospital Municipal Jamel Cecílio, uma mulher de 79 anos reclama da dor. “Dor na coluna. Caí, fraturei a coluna. Está doendo demais”, conta. Um paciente fez imagens com o celular. As cenas mostram que dentro da unidade não havia médicos nos consultórios e a fila de espera estava enorme.
Falta de médicosUm funcionário tentou explicar a ausência de médicos. “O médico que não estava lá na sala é uma realidade. Mas a realidade é que ele não estava na sala porque ele está no plantão. Com certeza ele está lá”.
Os pacientes não paravam de chegar. Uma delas, que tinha vindo de outra cidade, de ambulância, não pode sequer sair da ambulância, devido à falta de macas. Ela acabou sendo levada para o hospital na maca da própria ambulância.
A equipe de reportagem da TV Anhanguera voltou ao Hospital Municipal Jamel Cecílio e a sala de espera estava lotada. Enquanto isso, os consultórios visitados pela equipe estavam vazios. “São 10h e eu esperando por um ortopedista. O ortopedista está lá dentro, entrando e saindo, entrando e saindo, passando por nós aqui e ninguém foi atender”, revolta-se uma paciente.
“Procurei um médico desde meio-dia e nada de resolver para a gente”, relata outro paciente, que esperava por atendimento há mais de quatro horas.
“Eu tenho 63 anos e estou aqui, esperando até agora. Nem senha preferencial ali não tem”, reclama uma mulher.
“Estamos aqui, pedindo mesmo, pedindo socorro”, denuncia um paciente.
Pouco tempo depois da gravação para a televisão, um pediatra passou a atender as crianças e os pacientes da fila de espera começaram a ser chamados. Os corredores estavam lotados e em todo o hospital havia seis leitos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Providências
O diretor do hospital, José Maria, explicou que só havia um ortopedista no período em que a gravação foi feita. “Alguns pacientes têm até razão. Muitos pacientes são caso de ambulatório e que a gente está atendendo no serviço de emergência para não deixar o paciente sem atendimento. Na verdade, estamos com uma dificuldade muito grande de conseguir especialistas. Inclusive, a Santa Casa também não tem ortopedista pelo mesmo motivo”, explica o diretor.
O secretário de Saúde de Anápolis, Luiz Carlos Teixeira, assistiu às imagens e disse que têm sido feitas reuniões constantes com os hospitais e com o Ministério Público. “Como gestores, temos a preocupação de procurar resolver situações como essas, mas nós entendemos também que a médio e longo prazos nós conseguiremos melhorar e resolver esse problema”.

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