O alemão Antonio Haus vive no país há 73 anos; há 60, faz presépios.
Saudade do Natal em família é inspiração para as obras, diz artista.
Antonio Haus, 92 anos, mostra um dos presépios que produziu para o Natal deste ano (Foto: Káthia Mello/G1)
O alemão Haus chegou ao Distrito Federal há 25 anos para dar aulas de
arte e línguas estrangeiras no Colégio Marista Champagnat, em
Taguatinga. “Quando cheguei aqui eu já fazia os presépios e percebi que
não havia árvores na quadra. Comecei então a plantar e reflorestar a
quadra onde está o colégio”. As cascas, raízes e sementes do cerrado
foram incorporadas aos presépios que ele começou a fazer em 1949, quando
já morava em Recife.Autodidata, Haus conta que, além do Papai Noel, a distância de casa o inspirou a fazer presépios. “O Natal era triste porque eu tinha saudades de casa, da reunião da família de 15 filhos. Eu lembro que na época do Natal os meus irmãos faziam os presentes escondidos para distribuir à noite. Eu tinha só 6 anos e lembro que só ficava olhando, mas aquilo ficou na minha cabeça”, contou.
Os presépios produzidos por Haus são vendidos em exposições realizadas pelo Colégio Marista (Foto: Káthia Mello/G1)
Com ajuda de alunos do colégio Marista de Recife ele iniciou a pesquisa
na natureza do material para produzir os presépios. “Eu vejo alguma
coisa e já sei onde vai ser usado no presépio. A natureza é muito rica.”As figuras religiosas dos presépios são importadas. “Uma irmã me mandava da Alemanha e da Itália todos os anos. Quando ela morreu, os meus sobrinhos continuaram me enviando. Eu só encomendo e eles mandam. Não me custam nada”, explicou.
O
missionário trabalha sozinho durante duas horas na oficina que funciona
no colégio Marista Champagnat de Taguatinga, no Distrito Federal (Foto:
Káthia Mello/G1)
Um dos orgulhos de Haus é a oficina onde ele cria seus presépios no
colégio. Ele trabalha todas as tardes, durante duas horas. Cercado de
sacos e caixas de matéria-prima, o artista conta que só usa uma faca,
tesoura, serra, alicate e cola quente. Ele produz em média três
presépios por dia. Para o Natal de 2012, já fez 120 peças de diferentes
tamanhos.Cerca de 30 deles foram colocados à venda na Expo Presépios, que o colégio realizou no último dia 12. Os outros presépios também serão expostos e vendidos em colégios de Belém, Recife e Rio de Janeiro. As peças custam entre R$ 20 e R$ 130 e o dinheiro arrecadado é revertido para creches e asilos.
“Onde eu faço a exposição, deixo o dinheiro. Eu sou presepeiro dos bons e a natureza não me cobra nada. Faço os presépios por amor a Jesus menino”, disse.
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