MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 18 de novembro de 2012

Artista de 92 anos produz presépios com folhas, frutos e flores no DF


O alemão Antonio Haus vive no país há 73 anos; há 60, faz presépios.
Saudade do Natal em família é inspiração para as obras, diz artista.

Káthia Mello Do G1 DF

Presépios fabricados com cascas de árvore, folhas, frutos e flores que são descartadas na natureza e que parecem sem utilidade. Essa é a matéria-prima usada pelo missionário da Congregação Marista Antonio Afonso Haus, de 92 anos, que faz presépios há 60 anos.
Antonio Haus, 92 anos, mostra um dos presépios que produziu para o Natal 2012 (Foto: Káthia Mello/G1)Antonio Haus, 92 anos, mostra um dos presépios que produziu para o Natal deste ano (Foto: Káthia Mello/G1)
O alemão Haus chegou ao Distrito Federal há 25 anos para dar aulas de arte e línguas estrangeiras no Colégio Marista Champagnat, em Taguatinga. “Quando cheguei aqui eu já fazia os presépios e percebi que não havia árvores na quadra. Comecei então a plantar e reflorestar a quadra onde está o colégio”. As cascas, raízes e sementes do cerrado foram incorporadas aos presépios que ele começou a fazer em 1949, quando já morava em Recife.
Autodidata, Haus conta que, além do Papai Noel, a distância de casa o inspirou a fazer presépios. “O Natal era triste porque eu tinha saudades de casa, da reunião da família de 15 filhos. Eu lembro que na época do Natal os meus irmãos faziam os presentes escondidos para distribuir à noite. Eu tinha só 6 anos e lembro que só ficava olhando, mas aquilo ficou na minha cabeça”, contou.
Os presépios produzidos por Haus são vendidos em exposições realizadas pelo Colégio Marista (Foto: Káthia Mello/G1)Os presépios produzidos por Haus são vendidos em exposições realizadas pelo Colégio Marista (Foto: Káthia Mello/G1)
Com ajuda de alunos do colégio Marista de Recife ele iniciou a pesquisa na natureza do material para produzir os presépios. “Eu vejo alguma coisa e já sei onde vai ser usado no presépio. A natureza é muito rica.”
As figuras religiosas dos presépios são importadas. “Uma irmã me mandava da Alemanha e da Itália todos os anos. Quando ela morreu, os meus sobrinhos continuaram me enviando. Eu só encomendo e eles mandam. Não me custam nada”, explicou.
O missionário trabalha cerca de duas horas por dia na oficina que funciona no colégio Marista de Taguatinga,no DF (Foto: Káthia Mello/G1)O missionário trabalha sozinho durante duas horas na oficina que funciona no colégio Marista Champagnat de Taguatinga, no Distrito Federal (Foto: Káthia Mello/G1)
Um dos orgulhos de Haus é a oficina onde ele cria seus presépios no colégio. Ele trabalha todas as tardes, durante duas horas. Cercado de sacos e caixas de matéria-prima, o artista conta que só usa uma faca, tesoura, serra, alicate e cola quente. Ele produz em média três presépios por dia. Para o Natal de 2012, já fez 120 peças de diferentes tamanhos.
Cerca de 30 deles foram colocados à venda na Expo Presépios, que o colégio realizou no último dia 12. Os outros presépios também serão expostos e vendidos em colégios de Belém, Recife e Rio de Janeiro. As peças custam entre R$ 20 e R$ 130 e o dinheiro arrecadado é revertido para creches e asilos.
“Onde eu faço a exposição, deixo o dinheiro. Eu sou presepeiro dos bons e a natureza não me cobra nada. Faço os presépios por amor a Jesus menino”, disse.

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