MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 11 de novembro de 2012

Acarajé ganha apoio na internet


André Uzêda  A TARDE

  • Raul Spinassé | Ag. A TARDE
    Campanha pela venda dos tradicionais bolinhos é intensa nas redes sociais
As redes sociais, na internet, têm sido a caixa de ressonância da agitação civil pela venda do acarajé na Arena Fonte Nova durante a Copa das Confederações, em 2013, e a Copa do Mundo, em 2014. As restrições ao tradicional bolinho, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), defendem os adeptos do movimento, estariam explicitadas no texto da Lei Geral da Copa.
O documento aprovado este ano no Congresso Nacional garante exclusividade aos parceiros comerciais da Fifa (promotora do evento). Apenas eles teriam a exclusividade na venda dentro do estádio, e também em um perímetro de até 2 quilômetros fora dele.
Além das publicações contra a determinação na internet (veja exemplos abaixo), a grande rede também abriga um abaixo-assinado com mais de seis mil signatários. A petição pública defende a entrada das baianas (devidamente trajadas) nos estádios durante os torneios.

O documento foi disponibilizado no site Changue.org (próprio para este tipo de expediente) e é assinado pela presidente da Associação das Baianas de Acarajé e Mingau do Estado da Bahia (Abam), Rita Santos.
"Nosso objetivo é conseguir sensibilizar a população e alcançar o jogador Ronaldo Fenômeno, que é representante do Comitê Organizador Local (COL). Ele pode nos ajudar com sua influência política. O deputado (federal, pelo Rio de Janeiro) Romário já está apoiando nossa causa", afirma a representante da categoria.
Mãe do goleiro Felipe, que defende o Flamengo e já passou pelo Vitória e Corinthians, Rita também conta com a participação do filho para alavancar a campanha. "Ele conhece muitos jogadores influentes, e até jogou com o Ronaldo no Corinthians. Ele se diz disposto a ajudar e pode ser muito útil à causa", diz, convicta.
Governo e MP-BA - Além da movimentação nos meios virtuais, a Abam buscou também o Ministério Público Estadual (MP-BA) para resolver o impasse.
Uma recomendação foi enviada à Empresa Salvador Turismo (Saltur), Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014 (Secopa) e ao Ministério do Esporte pelo promotor Ulisses Campos, coordenador do Núcleo de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Ministério Público (Nudephac) no final de outubro.
No texto ele cobra respostas em 15 dias, com a perspectiva de acionar a Justiça caso a comercialização do acarajé não ocorra "dentro do estádio de futebol por vendedoras aos moldes da já tradicional maneira que o é na cidade do Salvador", conforme destacado em um trecho do documento.
"Nosso objetivo é impedir que isso aconteça. Apesar deles alegarem defesa pela Lei Geral da Copa, nosso pleito está ancorado na Constituição brasileira, que garante defesa dos patrimônios culturais, materiais e imateriais do País. E nenhuma lei pode ir de encontro à Constituição", contesta o promotor.
Citada na recomendação do MP-BA, a Secopa tem outro entendimento do caso. "Respeitamos a decisão do Ministério Público, mas esta é uma ação precipitada. A Fifa já manifestou que tem total interesse de valorizar a culinária local, incluindo o acarajé. Esta é uma questão superada. Pode ter certeza que no primeiro jogo aqui na Bahia vamos comer acarajé à vontade", ratifica o secretário da pasta, Ney Campello.

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