MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

4.500 pessoas frequentam reuniões do Alcoólicos Anônimos no Amazonas


Cerca de 2.500 pessoas estão ligadas ao Alcoólicos Anônimos em Manaus.
Coordenadora de comitê do AA afirma que recuperação pode levar um ano.

Girlene Medeiros Do G1 AM

Jurada usa camiseta com estampa de cerveja (Foto: Francois Lenoir/Reuters)OMS classifica como doença a dependência por bebidas alcoólicas (Foto: Francois Lenoir/Reuters)
Com 128 grupos espalhados em 21 cidades do Amazonas que se empenham para auxiliar dependentes do álcool a se livrar do vício, aproximadamente 4.500 pessoas participam, regularmente, de reuniões dos Alcoólicos Anônimos (AA) em todo Estado, sendo 2.500 somente na capital. Coordenadora do Comitê Trabalhando com os Outros (CTO), Luisa D. (nome fictício) uma das principais dificuldades no trabalho está na perseverança do paciente durante o caminho de recuperação que pode durar, no mínimo, um ano.

"Em todo canto tem cerveja ou outra bebida disponível. Quem quer se livrar do vício tem que se empenhar bastante. Depende muito do interesse pessoal", afirmou a coordenadora, que está há 23 anos atuando no AA em Manaus.

Em Manaus, são 2.500 pessoas participam dos encontros do AA. As reuniões são abertas e recebem constantes visitas de assistentes sociais, psicólogos e profissionais de outras especialidades médicas. Há ainda encontros fechados em que só são aceitos os membros do AA. A organização, segundo Luisa D., se trata de uma irmandade onde quem entra tem que seguir regras e tradições para conseguir alcançar êxito na busca pela recuperação da dependência do álcool.
"O primeiro passo é entender que, se é impotente perante ao álcool, a pessoa precisa aceitar isso. A partir daí, é que se pode começar a reabilitação", explicou Luisa. Cada grupo possui, em média, 40 participantes. As reuniões não ultrapassam a duração de duas horas e a presença nos encontros é fundamental para o progresso do portador, de acordo com a coordenadora.

 "Quem entra no AA acaba se mostrando desacreditado de que o alcoolismo é uma doença, mas começa a mudar de comportamento quando verifica que os mesmos problemas por que passa são enfrentados por outros". A coordenadora do CTO explicou ainda que quem é dependente do álcool apresenta características semelhantes, como jurar que não vai mais beber e não cumprir a promessa, faltar ao trabalho na segunda-feira, beber sem parar, esquecer o que fez durante a bebedeira e apresentar mudanças bruscas de comportamento.

"Se é tímido, fica extremamente extrovertido. Se é polido, fica mau educado. Quando a pessoa doente ingere o primeiro gole, não consegue parar e falo por experiência própria porque entrei na recuperação há 23 anos e sou feliz em dizer que não bebo mais", acrescentou Luisa.

Conselhos iniciais
Nas reuniões do AA, as conversas e compartilhamento de experiências enfatizam o poder de dependência que as bebidas alcoólicas possuem sobre o organismo humano. Aprende-se que a primeira consequência é a perda do domínio próprio seguido de um declínio da vida amorosa, financeira, profissional e social.
"Nós entendemos que toda bebida que contenha álcool é prejudicial independente se for licor, champanhe, vinho, cerveja ou cachaça. Indicamos também evitar bares e amigos que costumam beber", completou Luisa D.
"Quem quer se livrar do vício tem que se empenhar bastante"
Luisa D.
Histórias de superação
Os 23 anos de Luisa D. atuando no Alcoólicos Anônimos de Manaus a fizeram presenciar dois casos que, segundo ela, a marcaram muito e funcionam como testemunho para convencer quem ainda está em dúvida sobre os poderes do método.

O primeiro exemplo é de um dependente que vivia na feira da Panair, situada no bairro Educandos, Zona Sul da cidade. "Ele dormia em cima de papelões e se alimentava com o que encontrava do lixo. Seis meses depois da entrada no grupo, ele era um rapaz totalmente restaurado. Voltou a viver dignamente, trabalhando e cuidando da própria saúde. Dois anos depois, ele casou, constituiu família e comprou a casa própria", contou Luisa.

Outro exemplo de destaque é o caso do ex-militar que estava internado em um hospital psiquiátrico da capital. "Ele veio vestido com camisa de força e acompanhado de quatro seguranças. O vício era tamanho que ele chegou a andar nu pelas ruas e a família optou por interná-lo porque não agüentava mais a situação. Hoje, é uma pessoa respeitada e tem mais de 20 anos de irmandade", declarou Luisa D.

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