MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 20 de outubro de 2012

Wagner e Pelegrino: o time dos escândalos


O escandaloso Wagner e o desmemoriado Pelegrino riem enquanto muitos baianos choram por sofrer com os inúmeros problemas causados pela dupla.
O deputado Nelson Pelegrino, candidato do PT à prefeitura de Salvador, teve a pachorra de declarar em sua propaganda eleitoral que o governador Jaques Wagner está há seis anos no poder sem nenhum escândalo. Salvador não conhecia ainda esse lado humorístico do candidato, pois tal declaração só pode se tratar de anedota.
Mas, suponhamos que o deputado acreditasse estar falando sério. Neste caso, vamos desmenti-lo, mas concedendo-lhe, por cortesia, o direito de escolher com qual escândalo ele prefere que comecemos a lista. Pela fraude na licitação para o aluguel de viaturas para a PM? Pelo superfaturamento e desvio de verbas na reconstrução do estádio de Pituaçu? Pela condição de funcionária fantasma da primeira-dama Fátima Mendonça? Pela auto-contratação do secretário da Saúde Jorge Solla como consultor de um projeto internacional para a própria Secretaria da Saúde? Enfim, são tantos que não importa qual abordar primeiro.
Como o candidato não quis fazer valer o seu direito de escolha, escolhemos nós mesmos. Vamos começar por um escândalo de 2009: o esquema de fraude na licitação para a locação de 201 viaturas para a Polícia Militar da Bahia, onde a empresa vencedora ofereceu proposta acima do valor referenciado para a concorrência e mesmo assim venceu. Foi um contrato inicial de mais de R$ 25 milhões, já então considerado superfaturado, mas que logo depois da licitação foi aditivado em 25%, elevando-se a mais de R$ 32 milhões. Em março de 2009, foram presas 12 pessoas, entre lobistas, empresários da empresa vencedora e representantes do alto escalão da PM, entre os quais o ex comandante-geral, coronel Antonio Jorge Ribeiro Santana.
Na verdade, se fôssemos seguir a cronologia, poderíamos ter começado por um escândalo dos mais cabeludos e ofensivos à ética e à moralidade pública. Esse foi no começo do governo Wagner, em 2007, e teve como protagonista o secretário da Saúde do Estado, Jorge Solla, que foi alvo de representação junto ao Ministério Público por improbidade administrativa. Ele fez nada mais, nada menos do que contratar a si próprio como consultor no Projeto Mais Saúde Bahia, gerido pela própria Secretaria da Saúde. O detalhe mais cabeludo desse escândalo é que Solla era consultor da empresa francesa Conseil Santé, que venceu a licitação em agosto de 2007 e ainda teve o contrato majorado de 280 mil para 462 mil euros, que na época correspondiam a cerca de R$ 1,2 milhão.
Poderíamos ter começado, também, pelo grande escândalo que foi a reconstrução do estádio de Pituaçu, obra feita pela Conder com dispensa de licitação e superfaturada em mais de R$ 30 milhões. Esse escândalo até merecia ter sido o primeiro da lista, pela sua proximidade com o deputado Nelson Pelegrino, que mandava na Conder, para a qual tinha indicado como presidente a sua afilhada Maria Del Carmen. A obra havia sido inicialmente orçada em R$ 22 milhões e terminou custando R$ 55 milhões, mesmo tendo deixado de incluir itens do projeto como a construção de vias de acesso e de uma passarela sobre a Avenida Paralela.
Se tivéssemos optado pelo escândalo mais recente, poderíamos ter abordado a indecente condição de funcionária fantasma da primeira-dama do Estado, Fátima Mendonça, que recebe cerca de R$ 14 mil no Tribunal de Justiça da Bahia sem lá pôr os pés. Trata-se de fato sem precedentes na história política da Bahia. O fato está sendo investigado pelo Conselho Nacional de Justiça, mas o governador Jaques Wagner tem ignorado solenemente, provavelmente por não se sentir na obrigação de prestar quaisquer satisfações à população.
Também merecem ser destacados os escândalos de ordem moral e ética, como a sua viagem ao exterior enquanto a PM baiana estava em greve e somente em Salvador eram registrados cerca de quinze assassinatos por dia. Ou como a inaceitável greve de quase quatro meses dos professores do estado, motivada pelo não cumprimento de acordo firmado pelo governo com a categoria. Ou, ainda, como o indecente hábito do governador de somente se deslocar de helicóptero, mesmo em percursos pequenos, consumindo diariamente cerca de R$ 5 mil em recursos públicos.
Bem, se o deputado Pelegrino achar que esses escândalos protagonizados pelo pessoal do seu time, poderemos voltar ao assunto, que é vasto.
E olha que nem falamos do mensalão.

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