João Pedro Pitombo A TARDE
Mostrando a força do voto de classe profissional, o bombeiro Marco Prisco (PSDB), liderança da última greve da Polícia Militar na Bahia, foi o vereador com maior inserção no eleitorado soteropolitano. Ele ficou entre os campeões de votos em 80% das zonas eleitorais de Salvador, tendo uma votação mais baixa apenas nas regiões da Barra, Pituba, Itapuã e subúrbio.
O voto ligado a entidades religiosas também mostrou inserção na cidade. Foram três vereadores eleitos neste segmento que obtiveram votação alta em mais da metade das zonas eleitorais. Destaque na região do Nordeste de Amaralina, Tia Eron (PRB) ficou entre os campeões de votos em 13 zonas eleitorais. Também tiveram capilaridade os vereadores eleitos pastor Isnard Araújo (PR), ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, e a candidata Cátia Rodrigues, esposa do vereador pastor Luciano.
Mostrando a força do voto ideológico e de opinião, o vereador eleito Hilton Coelho (PSOL) teve boa votação em 15 zonas eleitorais, mostrando um voto constante tanto em regiões mais ricas como nas mais pobres da cidade. Seu melhor resultado, no entanto, aconteceu nas zonas da região de Brotas. Outro representante do voto de opinião que teve larga inserção na capital baiana foi o ex-governador Waldir Pires (PT). Ele teve votação alta em dez zonas eleitorais, com destaque para as regiões da Barra, Pituba e Brotas.
No caminho contrário, parte dos novos vereadores foi eleita com votação concentrada em determinadas regiões da cidade. O caso de maior destaque foi o do vereador eleito Vado Malassombrado (DEM), que teve 75% dos votos na 9ª Zona Eleitoral, que inclui Massaranduba, Ribeira e Bonfim. Toinho Carolino (PTN) foi outro que teve uma votação concentrada. Cerca de metade dos 11,3 mil votos que o candidato teve foram conquistados na região de Itapuã.
Espólio - O patrimônio eleitoral conquistado pelos vereadores campeões de voto tende a ser cortejado por Nelson Pelegrino (PT) e ACM Neto (DEM) - candidatos a prefeito que passaram para o segundo turno nas eleições majoritárias.
O cenário imprevisível delineado em Salvador, no entanto, deverá deixar os eleitos mais cautelosos em relação à definição de um apoio no segundo turno. "Quando é difícil prever quem vai ganhar, os vereadores tendem a ter uma atitude mais prudente. É questão de cálculo político", avalia Paulo Fábio Dantas, professor da Universidade Federal da Bahia. Para Dantas, é natural que tanto os vereadores eleitos quanto os não-eleitos pouco se engajem no segundo turno, quando o jogo nas proporcionais já está definido. O efeito do apoio na hora do voto também é questionado. "Esta é a hora de diálogo direto com o eleitor. Os intermediários não influem tanto", afirma Dantas.
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