A vacinação é acompanhada pelos fiscais do Indea junto aos produtores.
Sindicato alega falta de estrutura do Indea para combater a doença na fronteira.
Mato Grosso está há 15 anos sem foco
(Foto: Leandro J. Nascimento/G1)
Os produtores de Mato Grosso
que fazem fronteira com a Bolívia deveriam estar ocupados com a
aquisição das vacinas contra a febre aftosa para imunizar o rebanho
bovino, mas a preocupação do setor é que a campanha de vacinação fique
prejudicada devido a falta de estrutura do Instituto de Defesa
Agropecuária de Mato Grosso (Indea).(Foto: Leandro J. Nascimento/G1)
A vacinação nos animais será realizada entre os dia 1º e 30 de novembro, no entanto, o trabalho de fiscalização e orientação terá início na próxima semana. “Isso se tiver veículos funcionando para que os fiscais consigam ir até as propriedades”, reclama a presidente do Sindicato Estadual dos Servidores do Sistema Agrícola Agrário e Pecuário (Sintap-MT), Diany Dias.
“Está tudo muito demorado, o que pode prejudicar a campanha de vacinação contra aftosa na segunda etapa do ano”, diz. Outros R$ 700 mil foram direcionados ao Indea para o pagamento de fornecedores, funcionários e terceirizados. Ela afirma que, com a atual estrutura do órgão, os fiscais não conseguiram fazer um bom trabalho na campanha de vacinação.
O coordenador de defesa agropecuária do Indea, Alisson Cericatto, a vacinação assistida, ou seja, o acompanhamento dos fiscais no momento em que o produtor está vacinando o gado, é obrigatória em todas as propriedades situadas na região da fronteira com a Bolívia. No restante do estado, estimasse que a vacinação com apoio dos servidores do Indea será feita em 2% do total de fazendas em cada município.
João Oliveira Gouveia, produtor de Cáceres, município distante a 250 quilômetros de Cuiabá, se mostra preocupado com a situação, já que a participação dos fiscais do Indea durante a vacinação do rebanho é necessária para certificar que o estado permanece livre da aftosa. “Oferece mais segurança para a questão comercial”. Conforme ele, na região somam aproximadamente 2 mil produtores que criam cerca de 850 mil animais.
Sobre a situação calamitosa do Indea, o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), José Bernardes, afirma que demonstra um desrespeito do governo para o setor. “Representamos 70% do PIB do estado mas não estamos sendo valorizados”.
Campanha
Em novembro todo o rebanho bovino de Mato Grosso, de todas as idades, deve ser imunizado contra a febre aftosa. Somam cerca de 29 milhões de animais, sendo o maior rebanho do país. A multa para o produtor que não vacinar seu gado é salgada. Para cada animal não vacinado terá que pagar 2,25 UPFs - Unidades de Padrão Fiscal – equivalente a R$ 104,10.
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