MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

SIP elege nova diretoria e fala em momento 'perigoso' nas Américas


Texto final destaca violência contra jornalistas e intolerância de governos.
Resolução de assembleia de imprensa aprova ida de comissão à Argentina.

Giovana Sanchez e Darlan Alvarenga Do G1, em São Paulo
A 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol), reunida desde o dia 12 em São Paulo, terminou nesta terça-feira (16) com a eleição de uma nova diretoria e com um alerta sobre o aumento das ameaças contra a liberdade de imprensa nas Américas.
Segundo o texto de conclusão da assembleia, "a violência contra a integridade física dos jornalistas e a crescente intolerância dos governos autoritários são os principais problemas que a imprensa independente no continente enfrenta hoje". O documento destaca o assassinato de 13 jornalistas nos últimos seis meses no México, Honduras, Brasil e Equador "apenas por realizarem seu trabalho".
Equatoriano Jaime Mantilla, eleito novo presidente da SIP, discursou via teleconferência   (Foto: Raul Zito/G1)Equatoriano Jaime Mantilla, eleito novo presidente da SIP, discursou via teleconferência (Foto: Raul Zito/G1)
Entre as resoluções finais, a SIP aprovou a ida de uma comissão à Argentina, para monitorar a situação da liberdade de expressão no país. A entidade pede que o governo argentino “se abstenha de promover ações com a finalidade de perseguição e intimidação da mídia e de jornalistas”.
No texto de conclusão, a SIP ainda desta que "a presidente [da Argentina, Cristina Kirchner] continua sem conceder coletivas de imprensa e abusa das cadeias nacionais de modo não previsto na Constituição, além de manipular as estatísticas oficiais e manter um oneroso aparato de comunicação utilizado muitas vezes para atacar quem critica seu governo."
Ainda na resolução de conclusão, a SIP diz que, no Brasil, “a Justiça continua emitindo decisões contra a mídia para impedir a circulação de informações”. O relatório da delegação brasileira destacou que no período de 26 de março a 7 de outubro deste ano, 28 casos foram reportados no país: dois assassinatos, 13 agressões, cinco ameaças e oito censuras judiciais

Novo presidente da SIP é do Equador

Neste último dia de assembleia, a SIP também aprovou o nome do novo presidente da  Sociedade, Jaime Mantilla, diretor presidente do jornal Hoy, do Equador. Seu mandato vence em 2013.
"Assumo essa presidência em um período perigoso para as liberdades na Américas", disse ele, em pronunciamento feito via teleconferência. "Há uma tendência de muitos governos, de distintas ideologias, e de grupos de poder para uniformizar os pensamentos dos cidadãos livres, eliminar as expressões contrárias, atacar os meios independentes e eliminar as denúncias de abuso", acrescentou.
Ele informou que não pôde estar presente na assembleia em razão dos "graves problemas" que enfrenta no periódico e no país, dada a proximidade da campanha eleitoral. "A imprensa independente do Equador continua sendo acossada pelo governo", disse.
Milton Coleman, que encerrou seu mandato à frente da SIP, alertou para a necessidade de lutar pela proteção tanto da liberdade de imprensa quanto da segurança dos jornalistas.
"Temos jornalistas sendo mortos, temos problemas de liberdade de expressão sendo ditados por leis, não por ditaduras militares, mas por governo eleitos democraticamente", disse. "Os governos precisam aprimorar seus esforços para proteger os jornalistas. Os governos precisam proteger os jornalistas, senão não conseguimos fazer nossos trabalhos".
Principais desafios
O peruano Gustavo Mohme, que presidiu a Comissão de Liberdade de Imprensa da SIP, explicou que a assembleia teve três focos principais. O primeiro foi o da violência: “é notório. Em alguns países [ocorre] muito mais, como no México, mas certamente tem formas diferentes de se apresentar”. O segundo é a questão da legislação: “estão aprovando uma série de leis que têm por única finalidade restringir a liberdade de imprensa.[...] O interesse é claro. Não há objetivo de modernidade ou de mudança”. O outro tema é da publicidade oficial. “Em alguns países se está usando escandalosamente este tema para beneficiar um meio em detrimento de outros”, disse.
O documento final da assembleia destaca a existência de "uma feroz ofensiva liderada pelos presidentes da Argentina, Equador e Venezuela tenta silenciar o jornalismo independente nos seus países mediante leis para regular o exercício do jornalismo, discriminação na concessão da publicidade oficial e imensos aparatos midiáticos estatais e privados utilizados para difamar e para promover campanhas sujas".
O texto afirma ainda que, "em  Cuba, a política de amedrontamento se mantém", e que 533 jornalistas foram detidos em setembro e acrescenta que "na Nicarágua e na Venezuela, a publicidade oficial é concedida aos meios de comunicação partidários do governo e não aos de oposição, e persistem o sigilo e a falta de acesso às informações públicas".
A próxima assembleia geral da SIP será realizada em Denver, no Colorado, entre os dias 19 e 22 de outubro de 2013.

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