Moradores denunciam que fechamentos começaram após a eleição.
Ao menos três postos de saúde já foram fechados.
Em outros postos, o atendimento foi suspenso porque médicos e funcionários foram demitidos. Uma das unidades foi depredada depois que o vigilante foi afastado do trabalho.
No bairro de Bandeirantes, no Centro de Ribeirão, o posto de saúde teve os portões da entrada principal arrancados na última sexta-feira (19). A sala onde ficavam os medicamentos foi arrombada – o cadeado foi quebrado e os remédios foram todos jogados no chão. Nem o setor de pediatria foi poupado. O armário onde ficam os documentos teve o vidro quebrado.
A dona de casa Maria Aparecida da Silva denuncia que o único médico que atendia no posto depredado foi demitido um dia após a eleição. “Até a eleição estava tudo bem. Depois que teve a eleição, não tem condução, posto, hospital... disseram que estava fechado. Está uma barbaridade”, afirma Maria Aparecida.
Outro posto de saúde, também no bairro de Bandeirantes, foi fechado há duas semanas, segundo moradores que preferem não se identificar. Em outro posto, que fica no Bairro Novo, na região central do município, as portas permanecem abertas, mas sem atendimento: o médico e a enfermeira teriam sido demitidos, segundo uma funcionária. Apenas a entrega de medicamentos é que funciona.
Esta é a segunda vez que o NETV mostra problemas nos postos de saúde de Ribeirão. Sexta-feira (19), os moradores do bairro Eldorado, próximo ao centro da cidade, reclamaram que o posto de saúde foi fechado após as eleições e os funcionários que trabalham no local, demitidos. Os estudantes universitários da cidade também reclamaram do governo municipal, que suspendeu o serviço gratuito de ônibus que os levava até a faculdade, em Vitória de Santo Antão.
A equipe do NETV esteve na Prefeitura na segunda-feira (22). Nesta terça (23) pela manhã, por telefone, a administração municipal de Ribeirão foi procurada novamente, mas nenhum dos números de telefone fornecidos pelo site oficial da Prefeitura completou a ligação.
Também na manhã desta terça, o promotor público de Ribeirão, Hipólito Cavalcanti da Silva, foi procurado para saber se o Ministério Público de Pernambuco pode cobrar da Prefeitura uma solução para os problemas que mostrados na reportagem. De acordo com o promotor, a Prefeitura tinha o direito de cortar o transporte de graça para os estudantes universitários porque o serviço era uma cortesia oferecida pelo município e não uma obrigação prevista em lei.
O procurador Hipólito Cavalcanti explicou também que as prefeituras só têm obrigação de fazer o transporte de alunos do ensino fundamental que moram na área rural para as escolas públicas municipais. O promotor disse que nesta quarta (24) vai enviar um ofício à Secretaria de Saúde Municipal pedindo informações sobre as depredações e as demissões de funcionários nos Postos de Saúde da cidade. Ele informou ainda que, se for comprovado que a prefeitura está negligenciando o atendimento médico à população - considerado um serviço essencial, a administração municipal pode sofrer uma ação civil por parte do Ministério Público e terá que resolver o problema.
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